terça-feira, 21 de janeiro de 2014

No micronacionalismo lusófono emerge uma nova tradição: o novo

Dentro do micronacionalismo são várias as teorias sobre o que move a atividade de uma micronação: polêmicas nos foruns e listas, política, cultura geral ou, especialmente de modo mais recente, economia. Cada uma dessas possibilidades traz consigo pontos fortes e pontos fracos, mas tratar deles, nesse momento, não é o foco dessa publicação.

É fato inconteste que o Internauta de hoje não é mais aquele de 2002, ano de ouro na lusofonia, aquilo passou! As prioridades mudaram na velocidade das redes sociais, do amadurecimento dos adolescentes de 12 anos atrás, hoje adultos. Tudo mudou e continua a mudar e não será o mundo a mudar conosco, mas nós a mudar com ele. Dito isso, podemos especular sobre, então, o que moveria uma micronação hoje, com os diferentes apelos atuais.

O micronacionalismo precisa perceber essa mudança não como seu maior obstáculo, mas como sua maior possibilidade. Não podemos praticar, hoje, exatamente o mesmo micronacionalismo que há 10 anos atrás. Conservar o que é bom, é sábio e dignificante, mas viver conservado num tempo que não mais existe é tão tolo quanto suicida.

Espernear sobre a qualidade do internauta, inclusão digital ou coisa que o valha, também não resolve. É hora de saber construir o novo a partir do novo. Seria isso uma perda de referenciais históricos do micronacionalismo lusófono? Longe disso. Se trata de aproveitar nossas potencialidades tradicionais para edificar novas conquistas em um novo e desafiador ambiente.

Porém – e sempre há um porém – as micronações de modo quase que generalizado, padecem de um mesmo e grave mal: boa parte não possuem um núcleo duro, enfim, súditos ou cidadãos que não se imaginam em outra nação que não aquela em que se encontram. É fundamental que toda micronação conte com o que eu chamaria de uma “reserva-geratriz”, pessoas que estarão ali até o fim, que seguirão com o projeto não importando quão grande é a crise, o quão grande é o desafio.

Enfim, caros leitores, o que tento expressar nesse post é a necessidade premente de que as nações busquem reconhecer essas “reservas” e façam uso delas para fortalecer o núcleo da Nação, o qual deve chamar para si a responsabilidade por formar os novos quadros micronacionais. Assim sendo, pouco importam polêmica nos foruns e listas, política, cultura geral ou economia micronacional. A chave da real atividade, aquela que persiste, reside na fusão entre a tradição e o novo.

É necessário, assim, consolidar aquela que talvez seja a chave principal para esse debate, ou seja, a noção de que a tradição dará um sentido para o novo, mas será este quem determinará o caminho final, o verdadeiro futuro do micronacionalismo lusófono.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina

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