tag:blogger.com,1999:blog-39557006362062392382024-02-08T09:15:03.770-08:00Folha PeregrinaLabrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-31221236075286087432020-06-08T19:22:00.000-07:002020-06-08T19:22:03.182-07:00Ah se cada um soubesse como foi...Esse texto é especialmente dedicado a cada novo micronacionalista, enfim, todo mundo que está neste fantástico hobby há menos de uns 5 anos, creio. Enfim, não entendam, por favor, como arrogância ou qualquer forma de intervenção em seus planos ou projetos. Desarmem seus corações e guardem um tempo para ler essa mensagem de um colega de vocês que ama esta prática.<br />
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Quando entrei no MN em 05 de Janeiro de 2002, ou seja, há mais de 18 anos atrás, não tinha a menor noção do que era e como funcionava o micronacionalismo. Vim, a partir do convite de um ex-colega de faculdade que havia entrado no Magno Império de Hibérnia, micronação de cultura romana, sediada na Irlanda e hoje extinta.<br />
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Não existiam redes sociais, e as comunicações se davam, no mais das vezes, via Yahoo Grupos, mIRC e ICQ. Tudo era absolutamente intenso. As relações diplomáticas, pacíficas ou não, ferviam a lusofonia. Os projetos, cada um a seu modo, eram absolutamente criativos como, por exemplo, o Reino Teocentrista de Valquíria, de Ivan Mola, que chegou inclusive a criar uma religião micronacional que baseava seu projeto, o culto de Juve.<br />
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Porém, naquele tempo hoje tão distante, ou se sabia, ou se aprendia. Muito pouco vinha pronto, muito pouco vinha sugerido. Eu não tinha, por exemplo, a menor ideia de como era criar um WEB Site, o simples mundo do HTML era algo aterrador. Editar uma imagem ou criar brasões era coisa, verdadeiramente para designers. Lembro dos primeiros sites e brasões da Sicília, matriz do Reino da Itália, e quando lembro penso: "Meu Deus, que coisa bizarra!", mas, ao mesmo tempo penso "Que saudade imensa!".<br />
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Hoje, há tutoriais sobre alguns passos para criar uma micronação e não, não são as tábuas da lei que ali estão, são apenas sugestões. Quando penso, por exemplo, no Pacote Lusofonia e vejo que está pronto, com tutoriais escritos e até mesmo em vídeo, tudo pronto, bastando um pouco de boa vontade e curiosidade, imagino se existisse esse tipo de facilidade naquele tempo e me pergunto, até que ponto tais confortos foram bons e até que ponto eles lhes permitiram o ultraje da zona de conforto.<br />
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Sim, meu caro e respeitável jovem micronacionalista, eu tenho de lhe perguntar: quanto você está disposto à, literalmente, "ir atrás", a aprender, a buscar dados e quanto você apenas quer ser chamado de Rei disto e Imperador de aquilo lá? As possibilidades, hoje, deveriam ser imensas para a prática micronacional, mas vejo com tristeza que não existe a pró-atividade de anos atrás, onde o desafio era o combustível, onde a ignorância em algo era sanada pela pesquisa incessante, hoje é onde uma Nação deixa de existir.<br />
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Fico pensando em quanto ganhei, macronacionalmente, graças ao Micronacionalismo, graças às coisas que aprendi neste hobby porque precisava, como, por exemplo, uma coisa ou outra sobre tecnologia. Isso tudo valeu-me imensamente em minha vida macro, o hobby sempre foi um espaço de formação.<br />
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Se você se assusta, às vezes, com palavras mais ácidas, tenha em mente duas possibilidades:<br />
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<i>1. O sujeito em questão não tem lá muito o que fazer da própria vida, então pensa em infernizar as outras, logo, ignore.</i><br />
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<i>2. Ele passou por tudo que eu disse e sente-se profundamente irritado, hoje, ao ver que as estruturas tecnológicas são severamente melhores e que, no entanto, tantos simplesmente querem tudo, literalmente, de mão beijada e não se dispõem a buscar por si o conhecimento.</i><br />
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Vejam, meus caros jovens micronacionalistas, não é para que se curvem aos antigos - aliás, jamais o façam! -, não caiam na idolatria. O que lhes digo é, queiram aprender, tenham pró-atividade. Não esperem que sempre lhes digam o que fazer, pesquisem, há farto material. E se, algum antigo lhe sugerir algo, antes de sair esbravejando nas redes, pese se o que ele disse tinha como fundamento atacá-lo, ou ajudá-lo.<br />
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Lembre: <i>quase sempre quem mais o adula, é o primeiro e lhe apunhalar.</i><br />
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Que vocês um dia percebam porque este hobby é tão fantástico, porque tantos, após tantos anos, não o deixaram, e que vocês saibam que nós, os antigos, não somos nem entidades e nem demônios, somos apenas, seus colegas micronacionalistas.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />Patriarca da Dinastia Peregrina.Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-83060931030853310622020-04-23T13:10:00.002-07:002020-04-23T13:41:31.721-07:00Liderar é inspirar! Um líder não bate-boca, não se expõe à barbárie e nem usa de seu tempo, de sua palavra, para ridicularizar quem quer que seja. Um líder, lidera. Nesse sentido, liderar está <i>pari passu</i> a inspirar, a elevar o espírito da cidadania a atos em prol da Nação que, até então, ela não julgava possível. O líder faz do impossível seu desafio.<br />
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Dito isso, é preciso voltar à essa discussão no plano micronacional. Isso posto, é preciso destacar que, por vezes, e infelizmente repetidas vezes, chefes de Estado ou de Governo já se expuseram ao espaço do ridículo, já dedicaram tempo e verbo à ridicularização do outro, já compraram intempestivamente à provocações de toda ordem e, alguns, vexatoriamente, até mesmo já usaram de baixo calão e de linguagem indigna à posição que ocupavam. É preciso parar.<br />
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Não é possível inspirar quem quer que seja, especialmente a uma Nação, com a baixeza, exceto, claro, se esta não for mais do que uma torpe camarilha, mas aí já não atenderíamos mais ao objeto desta publicação, o micronacionalismo. Assim, é preciso colocar sob a luz da crítica aqueles que não lideram, mas chefiam, tal qual a uma quadrilha.<br />
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O micronacionalismo, infelizmente, já foi palco de toda infelicidade de selvageria, verdadeiros silvícolas a rogarem para si o direito a Coroas ou cadeiras presidenciais sem que, em algum momento, as honrassem. Como pode, afinal, alguém liderar a um país se não é capaz de liderar às suas próprias paixões?<br />
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Uma vez Rei, Imperador ou Presidente, perde-se o direito ao comum, ao trivial. Uma vez em qualquer destas funções, o indivíduo não se vê mais como aquele que deve ser servido - aliás, erro comum - mas como aquele cuja função de vida torna-se servir. Claro que não se trata de se colocar em subserviência, afinal, humildade inspira, enquanto que a prostração, expira. Deus serve aos homens sem jamais ser servo dos homens. Assim, o líder serve à nação, sem desta ser servo, pois a ela deve inspirar.<br />
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Dessa forma, e ainda que de modo talvez espontâneo demais ao ponto da desarticulação, atrevo-me a provocar no sentido de que, no micronacionalismo lusófono, a inspiração à cidadania anda em baixa, e penso que seja porque a hipótese da liderança foi solapada, em muitos casos, pela realidade da torpe tirania. Se humilhar, ridicularizar ou execrar é, para você, fonte de inspiração, então sinto informar que você lançou-se às teias nefastas da selvageria.<br />
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Ninguém pode ser Rei porque achou que merecia sê-lo - no mais das vezes, o título é um fardo -, da mesma forma que ninguém é presidente porque o povo o viu como a suprema panaceia. Se está investido de alguma dessas autoridades tem consigo um peso enorme a carregar, o da esperança, e esta não se fará real, e nem satisfará aos seus enquanto o objetivo seu, for apenas o poder ou o espírito auto laudatório.<br />
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Liderar não é um prêmio, não é o espaço para oprimir e nem, tampouco, é a chancela de que você está sempre certo. Liderar é um peso a ser carregado pelo amor à Nação e àqueles que, de você, esperam direção, e não lacração.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
<i>Patriarca da Dinastia Peregrina</i>Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-45982607300224472202019-12-02T17:22:00.001-08:002019-12-02T17:22:45.717-08:00De todas as funções micronacionais, a mais solitáriaNo micronacionalismo, se levada com dignidade e seriedade, poucas funções são mais solitárias que as de uma Coroa. Mesmo no universo micronacional, os deveres da Majestade são muito menos glamourosos e muito mais introspectivos. É um exercício de profunda entrega a algo maior, a Nação.<br />
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Aliás, creio que, pelo menos em um aspecto, no micro a Coroa pesa mais que no macro, pois aqui não temos nem mesmo os jantares, a pompa e a circunstância. Não temos as viagens, e as traições, essas, tornam-se muito mais simples, muito mais frequentes pois <i>o que os olhos não veem o coração não sente</i>, diz o ditado.<br />
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No micronacionalismo a Coroa tem o dever de manter uma Nação e a lealdade de seus súditos esquivando-se, quase desesperadoramente, dos conchavos intermicronacionais - <i>que são muitos e degraçadamente intermináveis</i> -, das intrigas palacianas, dos riscos de se ver só sobre uma montanha alta e solitária de sonhos, de expectativas sobre uma comunidade.<br />
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A Coroa pesa, e quem a usa e não entende o sentido disso é apenas um usurpador, uma criatura sem valor, verdadeira degeneração da honra que a Majestade deve inspirar. É, apenas, um medíocre caçador de títulos, alguém em busca de salvar a si da própria mediocridade às custas de uma ovação vazia, sem sentido, sem função.<br />
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A Majestade é coberta de títulos, de pronomes e de brasões ao tempo que, também, é inundada de um exercício constante e incansável de profunda abnegação. A Coroa realiza o que é preciso, muito mais do que aquilo que deseja, ela diz muito mais o que o dever exige do que aquilo que sua alma grita, a Coroa é um monastério interior (redundância?).<br />
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O trono é um pedaço de sonho duramente entalhado sobre o qual se assenta um sonhador, é o campo da ação, o espaço de uma oração interminável de que, ao final, tudo terá valido à pena.<br />
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Por fim, meus caros, e talvez de modo bastante desarticulado, a Coroa é um somatório de expectativas, verdadeira pilha de deveres da qual a cabeça por ela ornada não pode fugir, pois o dever é sua espinha, seu coração, sua alma.<br />
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A Coroa pesa muito mais pela responsabilidade que sente sobre os que Reina, pela fé que encerra em si em uma ideia, a de que apesar da solidão do ofício, o resultado hipoteticamente vindouro vale à pena.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
<i>Patriarca da Dinastia Peregrina</i>Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-32206200007159157002019-03-23T20:29:00.002-07:002019-03-23T20:29:22.221-07:00Um Rei deve ser o primeiro a servir, não a ser servidoQuando Roma nasceu, por volta do século VIII a.C, ela não era nem sombra do Império intercontinental que se tornaria no seu auge, no século II d.C, englobando áreas da Europa, África e Ásia. Em seu começo, a poderosa cidade nada mais era que um vilarejo de agricultores na região do Lácio, na Península Itálica, às margens do Rio Tibre. Mais do que liderar ou controlar, Roma foi, antes, controlada pelos Etruscos por mais de dois séculos.<br />
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Talvez esse caminho percorrido pela civilização romana possa ensinar algumas lições no campo da liderança micronacional, especialmente considerando a volatilidade com que projetos são criados e líderes são autoproclamados.<br />
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Como liderar sem inspirar? Como conduzir sem ter conhecimento real do caminho? Como representar o poder sem que se entenda a real dimensão de sua responsabilidade? Claro, as respostas possíveis a estas perguntas podem ser várias, dependendo do interlocutor e da motivação do mesmo. Porém, se mesmo Roma começou pequena, simples e sendo conduzida, como acreditar realmente que se pode conduzir alguém ou a algum projeto sem qualquer conhecimento anterior?<br />
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Confesso que sou no mínimo reticente quanto a lideranças micronacionais que já surgiram neste hobby como reis disso ou príncipes daquilo. Não me parece confiável uma liderança que não entenda realmente o que é ser liderado, ou como dizem, como é "estar do outro lado do balcão". Como eu poderia ter alguma dimensão minimamente plausível do que um cidadão ou súdito precisa se jamais estivesse estado na posição deles?<br />
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Veja, caro leitor, o argumento é simples, porém não é desprezível. Observando a história do micronacionalismo, os líderes mais tradicionais já foram súditos ou cidadãos ou mesmo turistas de outras micronações, já estiveram sob autoridade, antes de personificarem alguma autoridade. E mesmo quando alçaram ao poder soberano, os que o fizeram com solidez, só o conseguiram com apoio de outros indivíduos que acreditaram naquela liderança e no que ela significava em relação ao projeto que abraçavam.<br />
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Há pouca liderança onde não há o tempo do crescimento. Não há inspiração em quem só conhece, de fato, uma única posição e visão de mundo, um único lado no jogo do poder. No plano micronacional, pular etapas de conhecimento e desenvolvimento é um erro crasso para quem pretende liderar, conduzir e inspirar.<br />
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Que direito tem um Rei, à Majestade, ou um Presidente, à Excelência, se não foi capaz de se colocar humildemente sob a liderança de outro, sob a inspiração de uma história?<br />
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É hora de entender que a liderança, a autoridade, a majestade e a excelência não são coisas que podemos exigir de quem quer que seja, são qualidades que só o tempo e a humildade do aprendizado nos permite envergar, são bens mais valiosos e pesados do qualquer coroa.<br />
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Como disse Virgílio, "<i>Roma non uno dies aedificata est</i>" (Roma não foi edificada em um dia).<br />
<b></b><br />
<b>Labrus Peregrinus</b><br />
Patriarca da Dinastia Peregrina<br />
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Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-18874268273620705682018-05-31T21:16:00.003-07:002018-05-31T21:16:20.357-07:00Os caçadores de títulos no leilão da lealdadeLembro de um filme chamado "Caçadores de Obras Primas", pois no micronacionalismo, se poderíamos criar um seria o "Caçadores de Títulos". Ao longo de mais e 16 anos neste fantástico hobbie, não me supreendo mais ao ver um autêntico "leilão da lealdade" promovido por muitos micronacionalistas e, pasmem, até por líderes micronacionais.<br />
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Contudo, a situação mais grave é, sem sombra de dúvidas, o leilão de coroas, ou seja, a forma como alguns micronacionalistas agem,buscando, ainda que pela porta dos fundos, conseguir o título de rei disso ou daquilo. Contudo, vale perguntar: suas coroas sobrevivem ao ímpeto de sua megalomania?<br />
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Reparem que na ampla maioria dos casos - <i>e sim, isso pode ser afirmado</i> - micromonarquias que são oriundas desse tipo de micromonarca são, em geral, instáveis e essencialmente efêmeras. Mal passam um ou dois anos, algumas nem sequer um ou dois meses. Mas convenhamos, como poderiam sobreviver? O modelo micromonárquico exige a solidez do monarca, e a confiança sobre a Coroa que ele ostenta. É improvável que algum súdito leve realmente à sério um trono que se fez à base de conchavos, ou de megalomania.<br />
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Pensando um pouco em Aristóteles, uma qualidade da monarquia é a Honra, mas que honra existe em uma Coroa advinda de alguma maquinação palaciana? Que honra podemos observar em um rei de ocasião, que nem sequer tentou, de fato e por meses, dedicar-se à causa de um país? Como pode haver honra em uma Coroa cujo laureado muda de micronação como um chimpanzé muda de galho em uma árvore?<br />
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Enfim, são coroas de papel aquelas que se constituíram nesse leilão de lealdades, ou que são reflexo de megalomania expansionista que nada faz, senão aplacar, talvez, um profundo problema de autoestima, talvez ultrajada macronacionalmente e que, no micro, busca sua redenção. Sim, é cruel, mas dessa forma não há como uma micronação prosperar anos a fio.<br />
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É preciso e urgente um exame de consciência sobre o quão necessário é que uma Coroa lhe recaia sobre a cabeça. Afinal, espera ser chamado Majestade por algum tipo de prazer narcisista ou entende, de fato, que mesmo no micronacionalismo coroas pesam e, no mais das vezes, cobram um alto preço de seus detentores, que quer queiram, quer não, perdem boa parte da liberdade de expressão em razão do cargo que ocupam?<br />
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Não é mais possível chancelar ou dar crédito a micromonarcas de ocasião, que transformam uma coroa micronacional em verdadeiro produto de feira, tirando dela não só a dignidade mas, sobretudo, a responsabilidade. O micronacionalismo não pode mais coadunar ou mostrar qualquer simpatia a tal fato que, não raro, depõe contra toda a essência da prática micronacional.<br />
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É bem verdade que uma das belezas deste hobbie é poder escolher sua pátria, porém isso não significa dar chancela a rifá-la como se fosse um quilo de bananas em uma feira. Que fique claro: a autoridade e a dignidade de uma Coroa não são negociáveis e nem sequer hereditárias, elas são conquistadas com o árduo trabalho que algumas cabeças douradas nem sequer sonham ou mesmo que jamais suportariam.<br />
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É preciso que esse leilão acabe, e para que ele tenha fim é urgente que qualquer micronacionalista, com um mínimo de amor por este hobbie, não estimule tal prática, que não mantenha um cidadão às custas de comprá-lo com um título, e que não dê crédito a uma nação cuja coroa não sustenta sequer o seu próprio peso.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
Patriarca da Casa PeregrinaLabrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-6483042698220419532018-04-16T19:41:00.001-07:002018-04-16T19:41:14.393-07:00Um post dedicado aos novos micronacionalistas da lusofoniaQuando minha geração de micronacionalistas passou a fazer parte deste fantástico hobbie, não tínhamos às nossas mãos as redes sociais, aliás, nem sequer o YouTube tínhamos. Nossos sites, se não pagos, eram hospedados em serviços que, hoje, nem mais existem como CJB.NET, HPG, Geocities e outros. Ainda usávamos chats ancorados no sistema mIRC e a maior parte de nossas comunicações ainda eram realizadas em listas de e-mail, especialmente do Yahoo Grupos. Muita coisa mudou de lá para cá.<br />
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Entretanto, ainda que como qualquer novato, quando entramos, nos sentíamos sim de algum modo perdidos, sinto que tínhamos, pelo menos, o ímpeto de aprender. Aliás, essa foi sempre uma das belezas do hobbie: o processo de descoberta e a postura quase autodidata do micronacionalista. Aprendíamos a fazer websites, a mexer em códigos PHP, ASP e HTML, quase sempre, na tentativa e erro. Eram tempos verdadeiramente diferentes.<br />
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Contudo, sempre existiram aqueles "aventureiros" que tentavam criar o "Reino Disso", "Reino Daquilo" e a "República de Acolá", projetos que, não raro, já nasciam mortos, pois não traziam nada de novo e não tinham substância que os definisse senão o erro de julgamento de quem entendia o micronacionalismo, unicamente, como uma chance de ser Rei.<br />
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Isso posto, jovem micronacionalista, imagino que às vezes se sinta acoado com a antipatia ou mesmo ojeriza de tantos antigos contra projetos novos. Às vezes, é verdade, pode ser um pouco do mau humor da idade mas, na maior parte dos casos é a indignação daqueles que amam o hobbie já há mais de década e que não querem que tal prática se perca.<br />
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Assim, se você é novo na prática micronacional, dê uma chance ao hobbie e a você. Resista a tentação de criar, de cara, uma nova Nação - eu sei que você pode criticar tal postura destacando que muitos que hoje são tradicionais, chegaram e já fundaram suas nações, porém lhe digo: eram tempos profundamente diferentes, profundamente.<br />
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Por que esse afã de ser Rei, logo de entrada? Por que essa caça desenfreada e, desculpe, até narcisista por títulos ou por integrar esta ou aquela família? A maior parte dos grandes micronacionalistas que conheço não são Reis e nem pertencem, necessariamente, a esta ou aquela família. São homens e mulheres que se notabilizaram pela originalidade do que ofereceram ao hobbie.<br />
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Enfim, não levem à mal esse conselho mas, sério: não fundem novas micronações, unam-se a alguma já consolidada - e nem venha com aquele papo de que nenhuma lhe agrada, pois certamente em alguma você pode encontrar o seu espaço para crescer, brilhar e deixar uma marca verdadeiramente indelével na tradição lusófona. Não precisamos de novas micronações, mas precisamos urgentemente de novos, criativos e, sobretudo, autônomos micronacionalistas. Precisamos de pessoas que não esperem tudo pronto, mas que busquem aprender, crescer e fazer crescer.<br />
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Repito: não precisamos de novas micronações, precisamos de novos micronacionalistas. A própria continuidade do hobbie depende disso, logo, abandone o impulso e até a arrogância de sempre querer ser o rei, presidente, imperador, etc e seja alguém a somar. O prazer do micronacionalismo não é o "Eu" sozinho mas, antes, é o espírito de comunidade e de pertencimento sincero a um projeto maior que você.<br />
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att<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
Patriarca da Dinastia PeregrinaLabrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-5892700452990195462018-02-26T12:36:00.001-08:002018-02-26T12:36:15.160-08:00Um breve histórico sobre o modelo italiano de economia micronacionalAnos atrás, o Reino da Itália buscou conhecer os elementos fundamentais da economia micronacional, o que o fizemos através da proposta de um banco comum, do ex-monarca Pathrano, Ninus III Logos-Pellegrini, e depois do Weltbank, de Sua Majestade o kaiser alemão. Entretanto, apesar do brilhantismo de ambos os sistemas, a Itália micronacional precisava de algo que se adaptasse ao seu modelo de Portal Único, que integra todas as comunicações da nação.<br />
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Quase na mesma época, utilizando um componente do CMS Joomla, ainda na versão 1.5, criamos a Real Ordem Italiana da Atividade Micronacional, a primeira honraria concedida totalmente por um sistema com base em critérios matemáticos e sem qualquer chance de intervenção humana. Foi um salto bastante significativo, pois utilizava um sistema de pontos em acordo com a atividade de cada italiano ou mesmo de cada estrangeiro.<br />
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Um dia, numa conversa com o kaiser, sobre a questão da microeconomia, este questionou se não havia alguma coisa próxima no sistema Joomla e, com licença aos colegas franceses: "voilà!". Surgiu a ideia de alterar códigos no componente da Real Ordem da Atividade para adaptá-lo à realidade de um banco micronacional com todas as funções realmente necessárias. Algumas madrugadas em claro e nasceu o Sistema RBI 1.0.<br />
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A ideia era simples: utilizar a total harmonização do componente com as funções mais centrais no portal italiano. Todos os sistema utilizavam uma ideia de injeção de capital, a partir da formação de uma espécie de tesouro nacional, porém na Itália a pergunta foi: qual o maior tesouro de uma micronação? A resposta foi quase que imediata: sua atividade.<br />
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Foi nesse sentido que, pela primeira vez na história da lusofonia, transformamos a atividade de nossos cidadãos e visitantes, em tempo real, em nosso verdadeiro tesouro, num sistema de PIB verdadeiramente oscilante, vivo, sem precisar de regulações externas. Nossa riqueza seria nossa atividade e a inatividade, nossa pobreza. Nada nos pareceu mais adequado, mais justo e mais confiável dentro do que entendemos como riqueza micronacional.<br />
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Assim, no Reino da Itália, o atual Sistema RBI, já na sua versão 2.0, trabalha em total harmonia com o Portal Nacional transformando a atividade de nossos cidadãos e estrangeiros em riqueza, real, sustentável e viva. Cada post, obedecendo a um conjunto mínimo de caracteres é pontuado, assim como a exclusão e as respostas sendo que SPAM's são coibidos. O login no portal, e publicações da ARIN recebem pontuação automática, e o IROF funciona como um imposto sobre movimentação financeira, automático, que cobra 10% sobre qualquer operação de pagamento/transferência de quem paga e de quem recebe enviando o tributo diretamente e automaticamente à conta da Regia Banca d'Italia (RBI).<br />
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Para além disso, diversas funções do Portal podem ser limitadas à quem detém um certo valor no RBI, estimulando a atividade dos novos para que possam requisitar, igualmente, novos serviços, como brasões de nossa Regia Araldica.<br />
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Tudo no Sistema Italiano é integrado. Não há login externo ou a necessidade de várias senhas por usuário. Tudo é simples, funcional, limpo, a um clique de distância. Para além disso, aliás, a ideia tem total compatibilidade com o aplicativo Tapatalk, ou seja, posts criados, respondidos, excluídos ou agradecidos através dele, também são contabilizados pelo RBI de modo automático. Nada é complicado, nada é burocrático.<br />
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Este é o modelo italiano de economia já exportado com 100% de know-how a outras grandes nações. Não se trata apenas de um software, mas de um modelo completo, de um sistema micronacional entre tantos na lusofonia. A ideia: independência, soberania total e a possibilidade real da atividade como a grande e verdadeira riqueza de uma micronação.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />Patriarca da Dinastia PeregrinaLabrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-54257960910547392452017-09-09T16:15:00.001-07:002017-09-09T16:15:55.778-07:00"Eu sei! Você é que não sabe! " O que nos trouxe até aquiÉ preciso destacar o termo eloquência nunca pode ser confundido com grosseria, seja qual for a razão. Tampouco podemos acreditar, em sã consciência, que declarações vexatórias ou que vociferam de alguma forma algo a alguém ou algum projeto, podem ser colocadas no mesmo plano da crítica, a qual inclusive, pode se tratar de nobre profissão.<br />
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A crítica micronacional, não raro, é formada apenas por ofensas, puras e simples, ataques à honra ou à dignidade da pessoa, mas jamais crítica. Como bloco micronacional, especialmente considerando que graças às redes (anti)sociais odiar se tornou simples, gratuito e viral, temos sido os perpetradores e as primeiras vítimas desse comportamento.<br />
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Reclamamos que não surgem novos quadros habilitados, mentes capazes de compor algo novo e bom na lusofonia, mas qual nossa responsabilidade? Acho que a esse respeito posso sugerir uma hipótese: nossa deselegância extrema. E digo isso pelo menos ancorado na observação verdadeiramente empírica. Trabalhando com uma faixa etária entre 15 e 20 anos, ao apresentar para algumas mentes verdadeiramente brilhantes - e não pedantes - o hobbie, todos se mostraram uníssonos no desânimo a participar de algo onde, em grupos intermicronacionais, ocorre toda sorte de ofensas, a honra, a sexualidade, a etnia, religião, e tudo o mais.<br />
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Confesso que diante da afirmação daqueles jovens, não tive muito como contra-argumentar haja vista que se hoje, com 36 anos de idade, eu fosse convidado a participar do micronacionalismo possivelmente não aceitaria pelas mesmas razões. Afinal, que tipo terrível de pessoa possui na execração pública do seu comum, um hobbie?<br />
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Sim, é preciso saber ouvir a críticas e a refletir sobre elas, muito, mas em nenhum momento é preciso, ou mesmo justo, aceitar a todo o tipo de ofensas. Logo, como reclamar que novos quadros não aportam no micronacionalismo se quando pensam em fazê-lo tratamos logo de espantá-los com nossa grosseria e nosso pedantismo atroz?<br />
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Umberto Eco já afirmava que "o drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", e desgraçadamente isso não poderia ser mais duramente real do que no ambiente micronacional. Pessoas macronacionalmente frustradas com suas próprias vidas, profissão, etc, aportam no ambiente micronacional como tábua de salvação para soltar seus ódios, arrogância tacanha ou pseudointelectualidade.<br />
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Há quase 16 anos no hobbie, minha tristeza reside no fato de que se hoje estamos muito menos ativos, muito menos brilhantes, não é porque a internet se democratizou, é porque nos mostramos proverbiais desagregadores, arrogantes profissionais. Se qualquer professor partir do pressuposto de que seu aluno deve conhecer isto ou aquilo de antemão, ele não é um professor, é apenas mais um profeta da ignorância.<br />
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Labrus Peregrinus<br />
<i>Patriarca da Dinastia Peregrina</i>Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-59261555260869448132017-07-12T17:43:00.002-07:002017-07-12T17:43:49.007-07:00Arrogância, conspirações e uma pitada de estupidez: a receita do desastre!A arrogância provocou a crise do micronacionalismo. As conspirações palacianas, provocaram a crise do micronacionalismo. Não nego o peso da nova geração de internautas bem como das diferentes distrações no meio digital, contudo parece-me essencialmente claro: arrogância extrema e conspirações arruinaram a prática micronacional e há aqueles suficientemente arrogantes a ponto de negarem tal situação.<br />
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Quantas nações verdadeiramente sobrevivem? Talvez três, ou quatro no cenário mais animador. A maioria segue verdadeiramente minerando quase que à base de bateias alguma atividade. Porém ainda assim somos cegos demais para reconhecer a culpa de uma geração de micronacionalistas, da minha geração, cega na arrogância imperialista de alguns proto-conquistadores, leões de chácara de uma megalomania doentia, verdadeiramente patológica, que os leva a conspirar tramando toda sorte de indignidades.<br />
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<div style="text-align: center;">
<i>Mas tudo bem, passado o momento do óbvio, vamos ao momento do necessário. </i></div>
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Dito isso, não há como, em sã consciência, negar que se existe alguma chama de renovação na prática micronacional, se existe alguma salvação para este tão interessante hobbie, ela não virá dos antigos, mas dos novos ou, pelo menos, de alguma capacidade, ainda que rara, dos primeiros em acolher - e não engolir - os segundos. Se trata de possibilitar toda sorte de compartilhamento sincero de<i> know-how</i> tecnológico e político dando aos novos micronacionalistas alguma coisa que de útil tenhamos nós, dinossauros, aprendido.<br />
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Quem de fato ama esta atividade, quem verdadeiramente pratica micronacionalismo e o entende enquanto uma complexa microsociedade, deve estar disposto a largar mão de devaneios bonapartistas, de tentações por solapar este ou aquele país. Quem ama este hobbie precisa entender que jamais, em tempo algum, foi tão necessário transferir conhecimento e fazê-lo ecoar. E não se trata de fazer isso pelo próprio país, algo tão errático e egoísta, mas pelo micronacionalismo como um todo, recebendo aos novos projetos e assistindo-os no que precisarem.<br />
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Volto a insistir que a arrogância e o conspiracionismo já há tempos estão devorando qualquer chance de sobrevivência desta prática e não reconhecer isso é, simplesmente, reconhecer o terceiro e mais óbvio de todos os erros: a estupidez.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
Patriarca da Dinastia PeregrinaLabrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-57480410753484551282017-02-19T17:18:00.001-08:002017-02-19T17:18:43.824-08:00Quantas vezes você já ouviu a expressão "crise da lusofonia"?Talvez poucas frases tenham ocupado a mente dos micronacionalistas nos últimos anos como a que diz "crise da lusofonia". Enfim, quantas vezes você já leu isso, inclusive contando com as vezes em que aqui escrevi?<br />
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Bem, seja como for, é fato que os mares já foram muito mais simpáticos à prática micronacional. Alguns elementos podem ser elencados. Já falaram de tudo, desde a democratização do acesso à Internet, que teria empobrecido a qualidade intelectual do meio (balela!), até a simples falta de interesse das novas gerações, vidradas em redes sociais e games online.<br />
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É fato, contudo, que o micronacionalismo, tão orgulhoso de si, parece ter deixado que tal orgulho o cegasse de forma a não perceber o quão vital era ter paciência e disposição para formar novos quadros. Pense comigo: quantas vezes você viu um jovem interessado neste hobbie ser publicamente ofendido, humilhado? Pois é, não reclamem então da atual apatia em que se encontra o mundico. Somos profundamente culpados por nossa arrogância.<br />
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Outro ponto é o descuido das jovens nações em não criar um núcleo duro de cidadãos leais pelo projeto e não por títulos. Não há como vingar um bom projeto sem pessoas que, ao primeiro chamado do país, não estejam dispostos a voltar. Isso separa, e muito, as nações que há anos ainda permanecem daquelas que caíram com um, dois ou três meses de vida. Menos ânsia por títulos e mais lealdade a ideia, caríssimos, mais lealdade.<br />
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Enfim, meus caros e alquebrados colegas de hobbie, já chega de nos comportarmos como profetas do apocalipse falando desta ou daquela crise. O mundo mudou e o micromundo também. A Internet já não é a mesma como, possivelmente, suas roupas também não são as de dez anos atrás, então chega de resmungar como velhos fracassados e decrépitos, sim? Levantemos a cabeça e façamos nossas nações vivas, criativas, combativas e diplomáticas.<br />
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Entoar a frase "crise da lusofonia" como se fosse um mantra não nos trará nada além do fim, então levantem-se, a tradição de um hobbie depende de nossa capacidade de reinvenção, e não só, de nossa capacidade de olhar para frente.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
Patriarca da Dinastia Peregrina<br />
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<br />Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-16882808416545819842016-06-23T11:33:00.002-07:002016-06-23T11:37:12.442-07:00O sucesso de uma micronação e a formação de um "Núcleo Duro"O micronacionalismo não é um <i>hobbie</i> para todos. Se trata de uma atividade que exige um tipo de preparo mas, sobretudo, de disposição cada vez mais difícil de se encontrar. Esta é uma atividade para quem verdadeiramente se encanta com elementos da formação de uma microsociedade, que entende de fato o valor da política tal qual no antigo vocábulo grego, <i>politikos</i>.<br />
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São incontáveis os exemplos de micronações que não duraram um único mês ou daquelas que "aos trancos e barrancos" sobreviveram no máximo um ano e depois caíram no mais vazio esquecimento. O erro que pode ser comum a todas elas? Precipitação, uma brutal e irracional precipitação. A ilusão de que basta reunir um grupo de amigos próximos e está garantido o sucesso <i>ad aeternum</i> do projeto. Erro crasso!<br />
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Amigos próximos não são garantia de que sejam, também, entusiastas sinceros do micronacionalismo. É preciso perceber a prática micronacional como algo que seja capaz de congregar não só pessoas próximas ao seu fundador ou fundadores, no macromundo, mas que consiga encantar indivíduos sem qualquer ligação afetiva original com os "<i>founding fathers</i>".<br />
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Assim, conseguiria relacionar o sucesso de um projeto micronacional em função de dois elementos: <i>o primeiro, a resiliência de quem o fundou</i>, uma vez que enquanto existir a fé inconteste do líder no projeto, então este resistirá, <i>e o segundo elemento na formação de um "núcleo duro"</i>, um conjunto de cidadãos extremamente leais ao projeto e que estarão ao lado da nação não importam quais desventuras ela tenha de enfrentar.<br />
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Veja, este "nucleo duro" não são necessariamente seus amigos próximos, com quem eventualmente cresceu, quase sempre não o são. Esse núcleo, são amigos construídos lentamente e de modo leal através da própria prática micronacional. São amigos e parceiros, pessoas que acreditam verdadeiramente no projeto e que construíram em si o sentimento que deveria permear a tudo neste hobbie, ou seja, o sentimento de <b>microNACIONALISMO</b>, de pertencimento real ao corpo de uma Nação.<br />
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Notem que tantos, por algumas migalhas como títulos ou alguma pretensa benesse, mudaram e mudam mais de Nação do que trocam as roupas do corpo.<br />
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Há que se ter lealdade, e isso não será fácil conseguir, nunca o foi, razão pela qual o primeiro elemento citado anteriormente é tão fundamental. É preciso ter paciência, é preciso entender que os grandes projetos micronacionais foram construídos por anos, pela insistência.<br />
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Entendam, aliás, que a atividade não é um discurso ao sabor do "somos os mais ativos". A atividade é uma prática, verificada empiricamente. Ela não pode ser uma teoria auto-laudatória, ela deve ser uma realidade. Somos ativos quando o somos de fato, simples assim, e para que tal aconteça é preciso ter com você pessoas que estejam, indubitavelmente, com você.<br />
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Se você, um líder micronacional, tem real convicção e crença em seu projeto e tem a seu lado aquele "nucleo duro", de amigos entusiastas, construído pelo amor que tomaram pelo projeto, então virá o primeiro mês, o primeiro ano, as primeiras crises e o país seguirá, firme por muitos anos. Micronacionalismo é um trabalho exigente e de paciência não é feito do dia para a noite e se você acha que é, então o meu conselho: procure outro hobbie.<br />
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Como diria meu professor de física, à época do Ensino Médio: <i>"Se Deus que era Deus, levou seis dias para fazer o mundo, eu é que não vou apressar as coisas"</i>. :)<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
<i>Patriarca da Dinastia Peregrina</i><br />
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Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-18118468294621236632016-02-01T14:42:00.000-08:002016-02-01T14:42:08.300-08:00Ou criamos juntos, ou nos destruímos solitários! Criar é sempre uma opção muito mais trabalhosa, está sujeita críticas impensáveis, e a que um batalhão de incautos lhe digam que não irá funcionar. Criar é divino, e porquanto é preciso entusiasmo. Certa vez vi que a palavra entusiasmo, aliás, estaria ligada ao sentido de <i>"centelha divina"</i>, pois precisamos reacender tal centelha, encarnar o que nos há de divino.<br />
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Mas para criar é preciso terreno fértil. Vindo eu, macronacionalmente, do interior de SC, aprendi logo cedo que todo bom agricultor sabe que não há como plantar uma lavoura em terra seca, a não ser que, claro, possamos criar um sistema eficiente de irrigação. Embora a metáfora pareça rural demais, no micronacionalismo ela também se verifica. É preciso irrigar todas as nações com boas práticas, com um ideário construtivo, útil além fronteiras.<br />
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Se pegarmos um vaso e o atirarmos ao chão, se quebra quase que sem maiores esforços, mas pegar a argila, moldá-la, e dar a ela a forma de um vaso requer muito mais disciplina, uma enormemente maior dedicação. A destruição é sempre mais simples, mais rápida e como uma droga seu efeito é um êxtase fugaz. A construção é lenta, mas seu efeito, o prazer de ver o que construímos sendo usado por outras pessoas, isso sim é algo permanente.<br />
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A assinatura recente, entre o Reino da Itália, o Império Alemão, o Reino de Pathros e o Reino da Escócia de um Tratado de aliança e integração é um primeiro passo na direção de construir, é o primeiro traço de criação em um grande projeto comum. Precisamos pensar de modo integrado, precisamos criar integradamente.<br />
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A lusofonia não comporta mais o império do Eu, é urgente que sejamos capazes de criar a supremacia do Nós. O micronacionalismo não tem mais seu antigo vigor, sua antiga atividade, e o pensamento egoísta ou destrutivo é o caminho mais rápido, senão, para a autodestruição. A história micronacional grita desesperada à nossa porta: é preciso criar, juntos!<br />
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Lembro com grande clareza do discurso de posse do presidente dos EUA, Barack H. Obama, em seu primeiro mandato. Naquela ocasião, se referindo aos líderes do mundo, o chefe de Estado estadunidense disse: <i><b>"- Saibam que seus povos os julgarão pelo que vocês podem construir, não pelo que podem destruir"</b></i>. Pois que tal ideia nos tome de assalto e que sejamos capazes de unir esforços não para salvar esta ou aquela Nação, mas para salvar o próprio micronacionalismo lusófono.<br />
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Ou criamos juntos, ou nos destruímos solitários!<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
<i>Patriarca da Dinastia Peregrina</i>Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-11538664566532486702015-12-22T19:38:00.002-08:002015-12-22T19:38:30.723-08:00Juntos, somos mais fortes! Juntos de verdade...A lusofonia vive um momento bastante sensível, e isso não é novidade alguma, mesmo para as almas mais alienadas deste hobbie. Contudo apesar da dificuldade que passa o micronacionalismo já há alguns anos, algumas Nações tradicionais, como Itália, Alemanha, Pathros, Reunião e Portugal ainda resistem e mostram disposição em seguir, assim como alguns novos talentos despontam, tal qual Escorvânia e Brigância, as quais tem conseguido congregar um bom conjunto de jovens micronacionalistas, uma tão urgente renovação.<br />
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Ainda existem, contudo, espaços marcados por profundo egocentrismo, contudo a história micronacional é pródiga em exemplos semelhantes no que se refere a sua completa insustentabilidade, logo, algumas lições podem ser aqui colocadas.<br />
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Veja, caro leitor, é inegável que existe sim uma competição entre as micronações - todas sonham ser potência - porém essa competição, quando estabelece como objetivo a excelência, não é prejudicial, em absoluto. É esta sadia competição que mantém viva a chama desta prática fantástica que para tantos, como este que escreve, é um espaço de lazer, verdadeiro e inteligente entretenimento.<br />
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Contudo é preciso, nesse momento em particular, que saibamos separar o joio do trigo. Enfim, não é mais viável, aliás, não é mais saudável transformar a competição em predação, os grandes líderes micronacionais devem, hoje, unir esforços, mais do que apenas por suas nações, por toda a lusofonia. Velhos líderes e novos talentos precisam urgentemente somar esforços na direção de construir projetos que estimulem novas inteligências - cada vez mais raras, num mundo macro aparentemente regido pela "idiocracia" - a que se incluam ao micronacionalismo.<br />
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Tenho fé nessa possibilidade, há quase 14 longos e bem vividos anos neste espetacular hobbie conheci grandes líderes como Guilherme da Alemanha, Carmelo de Pathros ou Claudio de Reunião, dos quais tenho o prazer da amizade, assim como vi novos e grandes talentos surgirem. Da mesma forma, contudo, vi daqueles seres pretensamente inteligentes, mas de fato ineptos, cujo objetivo único é a autopromoção e o ultraje de todos a que considerem "inimigos", seja lá o que isso for em um hobbie - talvez precisem de auxílio médico, quem sabe...<br />
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Inimigos em um hobbie? Pensem...isso é patológico...<br />
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Porém, nesse tempo, me parece inconteste que ações pró-Lusofonia, a favor do micronacionalismo, que acolham os jovens e não os afugentem, é o caminho mais acertado a seguir. Se realmente, todos nós, temos como objetivo a manutenção deste hobbie, precisamos unir esforços em promovê-lo, em todos os níveis...precisamos de ações que congreguem, não que excluam. Não há que se temer a verdadeira inteligência, mas antes a mediocridade e o ódio.<br />
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Podemos reverter o quadro, mas é preciso que os grandes talentos, tradicionais e jovens, unam esforços. Juntos, somos mais fortes. Separados, somos o fim. A escolha me parece simples.<br />
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<b>Labrus Peregrinus</b><br />
<i>Patriarca da Casa Peregrina</i><br />
<br />Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-30800865930040209702015-07-28T19:05:00.001-07:002015-07-28T19:05:44.359-07:00O indivíduo e o fanático no Micronacionalismo<p>O micronacionalismo é um ambiente onde a força de um único indivíduo é substancialmente potencializada, se comparado ao universo macronacional. Aqui, um único cidadão pode ser o começo da glória ou, igualmente, da ruína de um projeto micronacional. O micronacionalismo é um dos poucos espaços sociais onde uma só pessoa pode vir a ser o fiel da balança, para o bem ou para o mal.</p> <p>De modo geral, a prática micronacional, realizada na ampla maioria das situações em ambiente virtual, priva o <em>tête-à-tête</em>, pelo que fica mais “simples” o enfrentamento e até a manutenção deste. Nâo há o inquebrável contra-argumento do olhar ou a força da entonação vocal. O debate é feito com horas de diferença entre uma mensagem e outra, não ocorre ao calor, com a troca rápida de ideias. É possível ter tempo para construir uma argumentação contrária.</p> <p>Seja como for, o poder da individualidade no micronacionalismo é tamanho, que em alguns casos o interesse nacional é quase que totalmente suplantado por uma rixa pessoal. As <em>razões de Estado</em> são deixadas de lado em função de uma <em>razão pessoal</em>, o que, não raro, é o princípio da ruína de uma micronação. Já escrevi em outros momentos que, na lusofonia, para muitos, a diplomacia ainda é feita a tapas. Terrível erro de estratégia de quem o faz.</p> <p>Assim como há grande valor nesta fantástica atividade, o micronacionalismo também tem dentro de seus quadros o personalismo tacanho, a mediocridade construída por nada além do que um ódio infantil, destilado em cada mensagem como se fosse indignação ou revolução. O ódio ao contrário da concórdia, o atraso criando obstáculos ao progresso da Nação pelo mero capricho daquele que, de braços abertos, entregou-se à neurose psicótica de que tudo o que outros fazem é contra ele, contra seu país e que é, tal indivíduo, o único portador da verdade, da liberdade e da decência. Nada mais indecente do que tal comportamento.</p> <p>O intelectual israelense Amoz Oz, em palestra proferida em 2002 contemplando o tema do fanatismo, disse: <br /> <br /><em>”(…) A traição não é o reverso do amor: é uma das suas opções. Traidor, julgo, é quem muda aos olhos daqueles que não podem mudar e não mudarão, daqueles que detestam mudar e não podem conceber a mudança, apesar de quererem sempre mudar os outros. Por outras palavras, traidor, aos olhos do fanático, é qualquer um que muda. E é difícil a escolha entre converter-se num fanático ou converter-se num traidor (…)”</em></p> <p>Ainda aproveitando o discurso de Amoz Oz:</p> <p><em>“(...) Digo que a semente do fanatismo brota ao adotar-se uma atitude de superioridade moral que impeça a obtenção de consensos (...)”</em></p> <p>Enfim, o fanatismo de um indivíduo é algo que pode causar tal dano no macromundo que, no micro, esse dano é mais do que multiplicado. O fanático micronacional que sai elegendo inimigos pessoais à revelia dos interesses nacionais não é um herói ou defensor. Ele é, antes, o inimigo público número um do país, da lusofonia mas, sobretudo, de si, ainda que ele jamais venha a perceber isso, e infelizmente, não perceberá.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus <br /></strong><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-3386082937527031252015-07-18T21:18:00.001-07:002015-07-18T21:18:02.429-07:00Ei, você, jovem micronacionalista!<p>E de repente, surge uma nova leva de jovens micronações, novos projetos que tem causado grande movimento nas rodas micronacionais lusófonas. Uma vez que novas micronações surgem em massa, duas opiniões se colocam: a de que é um erro e que devem abandonar tudo e aqueles partidários do "quanto mais, melhor". Meu conselho:<em> cuidado com ambos</em>.</p> <p>Nem tudo é pó e ar e nem tudo é ouro e alegria, é preciso ter cautela. Nesses anos de micronacionalismo já vi grandes Nações ruírem e jovens nações vingarem, da mesma forma que vi grandes tradições se consolidarem e um sem número de fugazes sonhos se desmancharem. Em ambos os casos me parecem ser duas as palavras de ordem: fé e criatividade.</p> <p>Vejam, criar uma micronação, publicar um site, criar uma fanpage em redes sociais, fundar uma lista de e-mails ou fórum é relativamente simples. Convenhamos, com um pouco de organização é possível ajustar tudo em um só dia, porém, como dizia um professor meu, anos atrás: <em>"Se nem Deus que era Deus fez o mundo em um só dia, por que ter pressa?"</em></p> <p>Ao longo dos anos não foram poucas as nações que surgiram de rompantes, de entusiasmos fugidios e que raramente completaram um ano de existência. Entendam, não anseio nem estimular e nem combater novas Nações mas, antes, problematizar o que significa criar um projeto micronacional.</p> <p>Se for apenas uma <em>one man nation</em>, bem, nesse caso é possível praticamente tudo, muito embora confesso que formar, realmente uma comunidade me parece de longe mais rico, ainda que mais difícil. Mas, afinal, que seria da espécie humana sem um bom desafio? O fato é que não vejo como criar uma micronação para si mas, antes, para os outros, para aqueles que farão dela um local de entretenimento, de cultura, de bons e até acalorados momentos. Quando criamos uma micronação a responsabilidade reside em nosso compromisso com aqueles que irão acreditar nela, dando seu melhor, reservando em suas vidas, não raro atribuladas, um tempo tratado como especial, e para alguns, fundamental.</p> <p>Veja, jovem micronacionalista, você pode criar uma micronação, mas apenas se estiver de fato disposto a entender as responsabilidades que ela traz consigo. Se for capaz de congregar mais do que dividir, de entender que uma vez criada ela não mais "lhe pertence" mas sim àqueles que estarão ali, dia após dia, então ok, crie. Mas lembre-se, seja você presidente ou rei <em>isso não lhe dá o direito a brincar com as expectativas alheias</em>, se o seu projeto não trouxer talentos e estimulá-los mas, antes, suprimi-los, melhor nem começar.</p> <p>E acostume-se com algo: sempre haverá um batalhão a dizer o quanto seu projeto é esdrúxulo e o quanto ele é bem vindo e, como já disse, em ambos os casos desconfie, mas igualmente ouça. Em ambos há alguma razão e caberá a você usar de bom senso e honestidade para consigo para determinar qual das opiniões segue mais forte, o sim ou o não. Muito embora, diga-se de passagem a maior opinião é sua fé real no projeto que está a encabeçar e a criatividade dele. Não traga mais do mesmo, não recrie e nem replique, crie. Não há sentido em uma nova micronação se ela não trouxer algo, de fato, diferente ao universo daquelas que já existem na lusofonia.</p> <p>Enfim, espero que você, jovem micronacionalista, não tome este post nem como um balde de água fria e nem como um incentivo qualquer, mas que leve em consideração e pese a importância em criar algo que não será para você mas sim, para pessoas que ainda irá conhecer e que, igualmente, elas no mínimo tem direito a esperar fazer parte de algo que, decididamente, valha à pena.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus <br /></strong><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-36232789356845142032015-02-02T15:34:00.001-08:002015-02-02T15:34:35.501-08:00Quando Tenaz era mais do que marca de cola…<p>Quantas micronações ainda cintilam pelo conturbado céu micronacional lusófono? Bem, essa não é tanto uma questão quanto é uma observação que, acredito, todos entendem bem. Foram-se os anos de efervescência micronacional como nos idos de 2000 - 2004, hoje o cenário é diferente. De certa forma ruim, de outra forma desafiador.</p> <p>Mas é fato que nesse tempo muitas Nações surgiram, muitas mesmo e poucas, muito poucas se estabeleceram e permaneceram, que o diga a ampla lista de micronações extintas. Quantas Nações foram anunciadas com toda pompa e circunstância e, não raro, acabaram antes sequer de completarem seu primeiro bimestre? É quase como aquele aluno que já nas primeiras provas fica devendo pontos para os períodos vindouros.</p> <p>Isso posto, me deixa uma nova pergunta (Já foram duas até aqui!): como pode o número de nações vivas ser tão menor do que o de nações criadas? Bem, uma primeira hipótese óbvia seria inexperiência, porém lembremos que muitos líderes e fundadores de nações tradicionais, quando as criaram, eram tão inexperientes quanto. Então o que mais?</p> <p>Tenacidade! Sim, pois dar um passo inicial pode ser muito mais fácil do que seguir caminhando. O primero passo requer impulso, os próximos exigem mais, muito mais. Seguir requer que tenhamos certeza de que aquilo a que nos propusemos possui, de fato, uma razão sólida e de que nossa ideia é, afinal, factível e o principal: que exista quem se disponha a estar, a acreditar conosco.</p> <p>Fundar uma Nação, no micronacionalismo, é relativamente simples: faça um site, crie uma constituição, coloque alguns símbolos e diga que ela existe. </p> <p>Mas não, está longe de ser apenas isso. Como hobbie o micronacionalismo requer um tempo regular de dedicação e disciplina para conduzí-lo de modo sustentável. Claro, nem disciplina demais, de modo a tornar chata a prática, e nem de menos, de modo a reduzí-la a um jogo qualquer.</p> <p>Enfim, pessoalmente, como micronacionalista há mais de 13 anos anos, o que mais sinto falta é daquela tenacidade, daquele brilho próprio de projetos que vieram para ficar. Sinto falta do tempo em que quando reconhecía-se uma Nação era porque, no fim das contas, ela estaria ali, firme, ativa e seguindo, de que não desapareceria ao primeiro conflito, na primeira crise de atividade ou coisa que o valha, de que haveria sempre alguém a encabeçá-la.</p> <p>Sim, eu realmente sinto falta de quando, no micronacionalismo, a palavra "Tenaz" não era apenas uma marca de cola no material escolar.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-40031868057531388652014-12-29T18:20:00.001-08:002014-12-29T18:20:17.508-08:00Calma, micronacionalismo, ainda não é o Apocalipse!<p>Há cerca de 13 anos eu entrei para o micronacionalismo e desde então confesso que o ímpeto não é o mesmo. Não que ele tenha diminuído, não mesmo, mas mudou, se tornou mais cuidadoso, mais ponderado. Já de algum tempo tenho tomado uma postura de observador no que se dá dentro deste nosso interessantíssimo hobbie. </p> <p>As mais tradicionais nações da lusofonia tem apresentado inegável dificuldade em manter uma atividade estável. Nâo é mais o tempo de milhares de mensagens por mês. Tratados vem e vão, e poucos, senão nenhum ,são respeitados no longo prazo, sequer até em médio. Nos entregamos ao efêmero ao invés de constituirmos algo que seja duradouro.</p> <p>Muitas novas nações surgem enquanto isso, porém, absolutamente carentes de substância, de um projeto factível. Coroas e cadeiras presidenciais deixaram de ser elementos de responsabilidade extrema e passaram a ser apenas objetos de desejo pessoal. Sempre me lembro do final do clássico do cinema “<em>A queda do Império Romano</em>”, com a italiana Sophia Loren, em que ao final da obra o trono romano era leiloado como um produto qualquer.</p> <p>Mas sejam as nações tradicionais, sejam as novas, todas ainda patinam na formação de uma microsociedade que seja capaz de se reinventar. Ainda vivemos o micronacionalismo como se estivéssemos há mais de uma década atrás. A realidade, contudo, se tornou bastante diferente. A Internet e o internauta já não são os mesmos e por mais que sejamos resistentes temos de nos colocar ouvintes dessa mudança e não mais impositivos.</p> <p>É urgente que saibamos formar novos e competentes quadros micronacionais, pessoas capazes de entender o micronacionalismo não como uma realização pessoal, mas como um valor coletivo. Aliás, aqui se encontra outro ponto crítico: <em>para muitos uma micronação ainda é uma razão de autoafirmação pessoal e não de realização coletiva. </em></p> <p>Não acredito mais em <em>one-man-nations</em>, (já acreditei!). Isso simplesmente não existe. Uma nação de um homem só não é nada além de uma versão diferente de Age of Empires, ou algum tipo de RPG Plus, nada mais do que isso. Uma nação requer exatamente isso, UMA NAÇÃO, um corpo de pessoas que se reconheça como parte de uma sociedade, que tenha em um país uma identidade que não renuncia por cargos ou títulos – aliás, não faltam mercenários no micronacionalismo, gente que ainda vê o hobbie como um jogo de war ou coisa que o valha.</p> <p>Mas calma, ainda não é nosso apocalipse, mas sem dúvidas nosso momento mais urgente. Ou absorvemos a mudança e nos reinventamos, ou morremos. Não se trata, claro, de abraçar a mediocridade, a falta de trato com o outro ou o “<em>quem pode mais, chora menos</em>”, mas de entender que precisamos ter uma visão coletiva sobre os destinos do micronacionalismo lusófono. É mais do que imprescindível que saibamos sim manter a essência, mas mesclando-a a novas fragrâncias. </p> <p>O tempo passou, o mundo mudou e precisamos acompanhar as mudanças, porém não rendidos por tais passagens, mas cientes de nossa responsabilidade em manter vivo esse hobbie, que para tantos significou tanto. <br /> <br /><strong>Labrus Peregrinus. <br /></strong><em>Patriarca da Casa Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-77371386605683095662014-01-21T19:44:00.001-08:002014-01-21T19:44:54.166-08:00No micronacionalismo lusófono emerge uma nova tradição: o novo<p>Dentro do micronacionalismo são várias as teorias sobre o que move a atividade de uma micronação: polêmicas nos foruns e listas, política, cultura geral ou, especialmente de modo mais recente, economia. Cada uma dessas possibilidades traz consigo pontos fortes e pontos fracos, mas tratar deles, nesse momento, não é o foco dessa publicação.</p> <p>É fato inconteste que o Internauta de hoje não é mais aquele de 2002, ano de ouro na lusofonia, aquilo passou! As prioridades mudaram na velocidade das redes sociais, do amadurecimento dos adolescentes de 12 anos atrás, hoje adultos. Tudo mudou e continua a mudar e não será o mundo a mudar conosco, mas nós a mudar com ele. Dito isso, podemos especular sobre, então, o que moveria uma micronação hoje, com os diferentes apelos atuais.</p> <p>O micronacionalismo precisa perceber essa mudança não como seu maior obstáculo, mas como sua maior possibilidade. Não podemos praticar, hoje, exatamente o mesmo micronacionalismo que há 10 anos atrás. Conservar o que é bom, é sábio e dignificante, mas viver conservado num tempo que não mais existe é tão tolo quanto suicida. </p> <p>Espernear sobre a qualidade do internauta, inclusão digital ou coisa que o valha, também não resolve. É hora de saber construir o novo a partir do novo. Seria isso uma perda de referenciais históricos do micronacionalismo lusófono? Longe disso. Se trata de aproveitar nossas potencialidades tradicionais para edificar novas conquistas em um novo e desafiador ambiente.</p> <p>Porém – e sempre há um porém – as micronações de modo quase que generalizado, padecem de um mesmo e grave mal: boa parte não possuem um <em>núcleo duro</em>, enfim, súditos ou cidadãos que não se imaginam em outra nação que não aquela em que se encontram. É fundamental que toda micronação conte com o que eu chamaria de uma <em>“reserva-geratriz”,</em> pessoas que estarão ali até o fim, que seguirão com o projeto não importando quão grande é a crise, o quão grande é o desafio. </p> <p>Enfim, caros leitores, o que tento expressar nesse post é a necessidade premente de que as nações busquem reconhecer essas “reservas” e façam uso delas para fortalecer o núcleo da Nação, o qual deve chamar para si a responsabilidade por formar os novos quadros micronacionais. Assim sendo, pouco importam polêmica nos foruns e listas, política, cultura geral ou economia micronacional. A chave da real atividade, aquela que persiste, reside na fusão entre a tradição e o novo.</p> <p>É necessário, assim, consolidar aquela que talvez seja a chave principal para esse debate, ou seja, a noção de que a tradição dará um sentido para o novo, mas será este quem determinará o caminho final, o verdadeiro futuro do micronacionalismo lusófono.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-17628843321245277082014-01-03T17:57:00.001-08:002014-01-03T17:57:07.525-08:00A selvagem lusofonia e a lembrança de tempos mais elegantes…<p>O dia à dia em uma micronação pode se mostrar mais arredio que a mais perigosa das selvas. Não é de hoje que o micronacionalismo lusófono se comporta como um tipo de horda bárbara, é gritante a confusão entre o debate, a disputa intelectual e ideológica e a mera grosseria, a mais lamentável falta de classe.</p> <p>São monarcas jogando a Coroa ao chão e rompendo a dignidade do trono, apenas pela mera tentação a um “bate-bocas” sem propósito. São presidentes que simplesmente nada presidem além da própria vaidade, mas tudo bem, tentemos não ser tão apocalípticos, há também boa vontade, decência e respeito. Ainda há: aproveitemos!</p> <p>A questão que move esta publicação, contudo, vai no sentido de que o micronacionalismo tem sido, no mais, reduzido a um tipo de clube no qual a essência da simulação, da formação de uma estrutura de Estado e de Nação tem sigo relegada à um segundo, ou até terceiro plano. Segue em destaque apenas a disputa pessoal, a luta pelo eu em total detrimento à luta pelo país. </p> <p>Não se vê com entusiasmo, a estratégia, a diplomacia, a política e a vida civil e oficial que deveriam <em>a priori</em> estar no cerne da atividade micronacional. Ou tudo vira uma empresa júnior de direito, possuída por uma verborragia legal que beira à esquizofrenia, um mercado das pulgas, ou um simples “lamber de botas” de um para com o outro na tentativa da ascensão não pelo mérito, mas pela simpatia pessoal.</p> <p>Enfim, desculpe caro leitor se não esbanja otimismo essa publicação, mas para crescer é fundamental, aliás, vital reconhecer quando uma prática não mais funciona. O micronacionalismo de língua portuguesa tem se perdido, a passos largos, na bravata, no personalismo e num comportamento até patológico que sugere esquecer o respeito ao próximo, a decência das ações e a honra pessoal e coletiva se tal abdicação reverberar em algum título, honraria ou vã forma de poder.</p> <p>Talvez a lusofonia precise de um choque de realidade, para que se entenda que a selvageria que muitas vezes parece ter se apossado deste hobbie seja compreendida não mais como possessão, mas sobretudo como uma escolha equivocada que fizemos e que precisa ser revista. É fundamental a gentileza, é fundamental, a educação, é urgente que questões pessoais se resolvam nesse ambiente, pessoal, privado, sem o uso da Nação como centro à lavação da roupa suja.</p> <p>O micronacionalismo precisa ser respeitado? Evidente que sim! Mas para tal é preciso que ele primeiro se dê ao respeito e se somos nós os seus constituintes, então é um respeito que temos de passar a ter, a estimular em nós e no seio de nossos países para que, talvez um dia, possamos voltar a ter aquele antigo brilho, aquele altivo orgulho em dizer que sim, sou um micronacionalista.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-87193020282844133002013-07-28T13:57:00.001-07:002013-07-28T13:57:50.238-07:00“Nem tudo o que reluz é ouro”, diz o ditado…e quase sempre, não é!<p>Quem não gosta do ego afagado? Sim! Não sejamos hipócritas! Gostamos mais quando concordam conosco, do que quando discordam, porém cuidado com adulações. É preciso ser honesto consigo para sentir se aquele elogio rasgado é ou não autêntico, se é merecido ou apenas carregado de intenções, segundas intenções.</p> <p>No micronacionalismo, o anonimato conferido pelo ambiente virtual da Internet, a ausência do <em>tête-à-tête</em>, favorece e muito todo tipo de cinismo, todo tipo de intenção vil. É mais simples apunhalar o que não se vê, é mais fácil parecer bom quando nosso interlocutor não é capaz de nos ver, de perceber nossa linguagem corporal, nossas reais intenções.</p> <p>Mas a esta altura você deve estar se perguntando: qual a intenção dessa publicação da Folha Peregrina? Espalhar o medo e a desconfiança? Não! Muito pelo contrário, o objetivo aqui é o de provocar o que há de ruim para enfim enaltecer o que há de bom. </p> <p>Há mais de uma década percebo, na prática micronacional, um sentimento de sincera corrupção. Como a corrupção pode ser sincera? Simples! Quando corrupto e corruptor, ambos, julgam sinceramente que aquilo que fazem, é por um “bem maior”, quando julgam de fato que estão certos, apesar de seus métodos serem dignos a ensinar noções de pragmatismo ao Príncipe.</p> <p>Na prática micronacional, especialmente chefes de Estado e Governo estão perigosamente sujeitos a adulação vã, a elogios rasgados mas sem base. Afinal, como é possível elogiar ou mesmo ofender, sinceramente, alguém que não conhecemos? Reside aí um paradoxo. </p> <p>Acredito que há o bom e o bonzinho. O primeiro é dono de integridade, caráter, corágem e altivez. O segundo é aquele que lhe cumprimenta com uma mão (cocofonia maldita!) na esperança de apunhalá-lo com a outra. É o famoso mau caráter, aquele que relativiza conceitos para mim absolutos, como honestidade e honradez.</p> <p>Enfim, caro leitor, não se abale, mas esteja atento. Às vezes, aquele conjunto até constrangedor de singelos e rasgados elogios esconde presas que afugentariam até um tigre siberiano, enquanto que uma boa crítica pode sim, ser o espaço de excelência para a reinvenção, para o crescimento, para o amadurecimento.</p> <p>Vitor Hugo, muito apropriadamente em seu poema Desejo, escreveu:</p> <p><em>"E porque a vida é assim, <br />Desejo ainda que você tenha inimigos. <br />Nem muitos, nem poucos, <br />Mas na medida exata para que, algumas vezes, <br />Você se interpele a respeito <br />De suas próprias certezas. <br />E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, <br />Para que você não se sinta demasiado seguro".</em> </p> <p>Mas eu, modestamente, e de forma bem menos lírica que o poeta, apenas desejo a você, leitor, o seguinte: esteja atento! Pois nem tudo o que reluz é ouro e, quase sempre, não o é.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-6647334084442997022013-05-14T19:09:00.001-07:002013-05-14T19:09:57.253-07:00Quando Excelência, era mais que pronome de tratamento…<p>Excelência não pode ser apenas uma palavra. Não se trata apenas de um discurso, mas de uma prática constante, militante e irretocável de compromisso, disciplina e bom gosto para com suas ações. Excelência é um valor que não se compra, não se vende, sequer se empresta, pois é algo tão pessoal, tão elementar a cada um, que beira à unicidade.</p> <p>No micronacionalismo, excelência tem se transformado em “verdura de quitanda” e não por que seja comum encontrá-la, bem ao contrário, mas por que simplesmente foi vulgarizada. Fala-se muito em qualidade micronacional quando nem ao menos se vê quantidade, o que dirá então da primeira.  Chega à ser desesperadoramente risível o modo vexatório com que este fantástico hobbie tem sido tratado.</p> <p>São decretos escritos, como se diz em minha terra, “no joelho”, sem qualquer nexo ou cuidado. Tratados que mais parecem ter sido rascunhados, ou melhor, publicados em guardanapo de lanchonete de esquina. Mensagens que de tão atravessadas, de tão mal escritas nos deixam na duvida sobre se devemos tentar ajudar ou se é caso perdido. Enfim, chega um momento, olhando o atual estado de coisas, que até a ignorância – mal passível de solução – acaba se tornando intolerável, pois ela teria atingido níveis insondáveis.</p> <p>Sim, caros leitores, fica difícil falar em excelência num ambiente tão hostil a ela, chega à ser, na realidade, praticamente um paradoxo. O micronacionalismo tem sido transformado numa mina de ouro em que para cada pepita verdadeira que se encontra, acha-se todo um veio de ouro de tolo, cujo brilho aparente esconde sua vulgaridade intrínseca. Mas calma, não sou de todo apocalíptico. No fundo, no fundo, mas bem no fundo, lá nas reminescências do ser, ainda encontro esperança, afinal, ela é a última que morre, aquela que restou na caixa de Pandora.</p> <p>Mas por favor, alguém feche essa caixa antes que até a esperança se vá e fiquemos, todos, indefesos no vazio da falta de profissionalismo, de liderança, de comprometimento e, ops…de excelência, nossa mais conhecida e hoje saudosa amiga. </p> <p>É fogo, meus amigos, é realmente complicado. Chegamos ao ponto em que Excelência, antes um valor micronacional, virou apenas e tão somente, pronome de tratamento. Mas tudo bem, pensemos assim: <em>dias melhores virão</em>, afinal, é isso que nos move.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-22707845850640423402013-04-07T15:51:00.001-07:002013-04-07T15:51:04.009-07:00No tempo em que tenaz, não era apenas uma marca de cola…<p>A lusofonia é realmente um universo paralelo, para bem ou para o mal. Ela contém todo tipo de excentricidade, de fato nosso grupo micronacional é surpreendente. Longe de ser previsível, portanto, cada novo dia é uma nova surpresa e a cada nova surpresa um novo efêmero paradigma. Efêmero? Sim, pois nada muda tão rápido quanto muda nessa nossa vã lusofonia. Mas calma, não estou sendo apocalíptico, apenas provocativo.</p> <p>Vejo nações surgirem e desaparecerem – e foram muitas, realmente, nos últimos 11 anos –, vi súditos e cidadãos de várias nações jurando lealdade num dia, e arrumando as malas no outro, vi golpes, traições, guerras, paples, tratados de toda sorte – alguns duraram dias, outros meses, poucos anos e muitos simplesmente não duraram. Enfim, o missal que podería discorrer sobre a efemeridade da prática micronacional lusófona, poderia render um bom enredo para um cruzamento de novela mexicana com vale à pena ver de novo.</p> <p>Ok, comecei venenoso e irônico essa crônica, mas convenhamos, chega um momento em que é preciso colocar o dedo na ferida e mais, apertá-la. Digo isso por que em certo aspecto percebo com perturbadora clareza que a lusofonia vive o momento atual, de um quase “auto ostracismo” por uma ação própria, ou melhor, uma inação. Padecemos de compromisso, de entusiasmo e tenacidade. Pense quantos projetos surgiram em sua Nação, prometendo mundos e fundos e no entando, por falta de engajamento, caíram no mais soturno esquecimento.</p> <p>Gosto muito da palavra entusiasmo, pois sua origem está em algo como “possessão divina”, ou seja, diz-se que alguém tem entusiasmo como se tal indivíduo tivesse, dentro de si, uma centelha ds deuses. Talvez nos falte essa chama, essa consciência de que não somos apenas criaturas, mas também criadores, pequenos deuses mortais que entre erros e acertos são capazes das maiores ignonímias e das maiores maravilhas num exercício diário e magnífico de um sagrado livre-arbítrio.</p> <p>Então, como podemos desistir tão fácil de nossos projetos micronacionais? Seria talvez por que no ambiente virtual não precisamos, ao abandonar algo, enfrentar aqueles olhares reprovatórios? Afinal, como se diz, “o que os olhos não veem, o coração não sente”, não é mesmo? Ou será porque desde o princípio é falso nosso comprometimento e chamamos este ou aquele de “amigo” porque é conveniente, muito mais do que sincero?</p> <p>Seja como for, se no micronacionalismo nos é abundante a retórica, muitas vezes insuportavelmente verborrágica, nos é ausente a tenacidade. Nos falta ainda aquela fibra, aquele valor, aquele entusiasmo. Um dia, ser tenaz significava ficar e lutar, enfrentar nossos fantasmas por que nossos sonhos e projetos estavam acima de seus perigos, éramos navegadores de um vasto e tenebroso oceano que, teimosamente, enfrentavamos tempestade após tempestade pela simples crença de que valia à pena. Hoje, infelizmente, parecemos ter chegado ao ponto de que Tenaz, enfim, virou apenas marca de cola, apenas uma referência a um material escolar.</p> <p>Ah essa admirável lusofonia nova…</p> <p><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-17958248938758552412013-01-22T19:02:00.001-08:002013-01-22T19:02:25.805-08:00Quando gentileza era um valor…<p>Gentileza, gera gentileza, diz o ditado. Tempos atrás, quando em visita ao Rio de Janeiro, me dei conta desta mensagem ao ver a obra do famoso, e já falecido, “Gentileza”, um senhor que criou, em alguns viadutos da cidade maravilhosa, uma arte bastante peculiar. Quando penso sobre a frase com a qual iniciei este texto, é difícil não lembrar do quão distantes estamos, da real gentileza, no micronacionalismo lusófono. </p> <p>É claro que o embate é salutar na prática micronacional, aliás diria que ele é vital. Porém, não raro, aliás, parece ser regra, há uma confusão entre combatividade e grosseria. É possível ser positivamente combativo sem abandonar a educação e os bons modos para com o interlocutor. A argumentação racional tem sido solapada, no mais das vezes, pelo esculacho verborrágico.</p> <p>O micronacionalismo lusófono é, exatamente, aquilo sobre que ele se construiu e qualquer tentativa em negar isso seria hipocrisia ou a mais completa alienação. Sim, nós temos errado e feio na prática micronacional. Perdemos o valor do bom debate, do duelo intelectual, em favor de falso academicismo ou mesmo da mais risível pornochanchada.</p> <p>Perdemos tempo demais discutindo o “sexo dos anjos” e gastamos tempo de manos – ou mesmo, nenhum – trabalhando para recuperar o antigo brilho micronacional lusófono. Micromonarquias atacam microrrepublicas descaracterizando-as como nações sérias. Microrrepúblicas atacam micromonarquias acusando-as de pomposas, oligárquicas e autoritárias. E o mais tragicômico disso? R: Há micromonarquias que simplesmente nem mesmo se levam à sério, e há repúblicas que são mais oligárquicas do que as mais fechadas monarquias. Ou seja, apenas o velho e conhecido “papo furado”.</p> <p>Sim, caro leitor, se gastássemos nós, micronacionalistas lusófonos, mais tempo agindo com respeito mútuo e racionalidade, colocando a prática micronacional em uma discussão madura, estaríamos a realizar obras que, não tenho dúvidas, trariam brilho a esta atividade que, um dia, foi realmente um centro nervoso para a formação de ideias que, inclusive, bem poderiam ser aplicadas ao macromundo.</p> <p>A lusofonia tem perdido uma batalha contra si e se o faz é por que simplesmente parece ter perdido o bom traquejo social. Perdeu as rédeas sobre o próprio destino pois abandonou a gentileza, o valor da boa educação, da argumentação racional e limpa em favor do que há de pior. Micromonarquias ou Microrrepúblicas, o fato é que precisamos restaurar nossa antiga nobreza, não nobiliarquia, mas nobreza no sentido mais alto da palavra, a nobreza que existe naquele que tolera, naquele que respeita, naquele que pensa e só após, age.</p> <p>Gentileza, lusofonia…gentileza…. <br /> <br /><strong>Labrus Peregrinus</strong> <br />Patriarca da Dinastia Peregrina</p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-76610052824149147022012-04-24T10:31:00.001-07:002012-04-24T10:31:59.265-07:00Entre o discurso e a ação: um dilema micronacional<p>Com certeza você já deve ter ouvido a expressão “falar é fácil, fazer é que é difícil”, pois bem, ela não poderia ser mais verdadeira no universo micronacional lusófono. Muito se tem falado sobre crise, sobre fim do micronacionalismo, etc. “Culpados” tem sido buscados e apontados. Porém, não estará a culpa justamente em todos os micronacionalistas?</p> <p>Em época de crise, seja no macro ou no micromundo, o comportamento parece ser o mesmo para todos no seguinte sentido, enfim, torna-se mais fácil, aliás cômodo, apontar o dedo e dizer “-Hei! Você errou!” do que apontar para si e declarar sem medo “-Eu errei”. Enfim, se trata de uma <em>mea culpa</em>  que ainda não foi devidamente encarnada pelo micronacionalismo lusófono.</p> <p>Observando grupos micronacionais em redes sociais como o Facebook, grupos esses que são realmente uma ótima ferramenta, vê-se um sem número de micronacionalistas e ex-micronacionalistas profetizando o apocalipse micro, e em todos os comentários é presença pródiga a acusação deste em relação à aquele. É a situação de, literalmente, saber apontar o problema mas desconhecer por completo qualquer chance de solução.</p> <p>Mas calma, não se exaspere, isso é apenas uma crônica, como tantas outras que já foram escritas neste periódico e na lusofonia como um todo. Porém, o que diferencia esta publicação em especial é o fato de que ela toca sem receios na ferida: “a total inabilidade e irresponsabilidade da lusofonia para consigo”. Onde não há compromisso, engajamento, então imperará, de uma forma ou de outra o caos. De nada adianta reclamar, espernear se não chamar para si a responsabilidade pela mudança. Como diz o ditado: “muito ajuda, aquele que não atrapalha”. Sim não há mais espaço para “tapar o sol com a peneira”, é preciso ser sincero.</p> <p>Você é um ex-micronacionalista, velho micronacionalista ou novo micronacionalista? Pouco importa, isso é totalmente IRRELEVANTE, o que importa é: “o que de concreto você tem feito por este hobbie?” A fase retórica já passou, caro leitor, não há mais espaço para ela, não num momento como este. É hora da ação.</p> <p>Claro, é bom “politicar”, mas é especialmente melhor agir. A lusofonia de forma geral – Ex-micronacionalistas, velhos micronacionalistas e novos micronacionalistas – causou este estado de coisas. Não há inocentes, mas também não há culpados, há responsáveis, e todos somos. </p> <p>Se acha que algo está errado, se entende que o atual momento requer uma virada, se percebe que já está passando da hora de agir, então levante-se! Chame para si a responsabilidade e por fim lembre-se de que nenhuma mudança significativa, de que nenhuma revolução se fará “em berço esplêndido”.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus.</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3955700636206239238.post-77843155004785716022012-04-01T11:54:00.001-07:002012-04-01T11:54:07.170-07:00Falência micronacional e liderança fraca<p>Quantas micronações surgem e desaparecem? Não importa se novas ou tradicionais, o fato de desaparecerem é perturbador, afinal, como desaparece uma Nação? Bem há algumas hipóteses para esse cataclisma micronacional, porém a mais evidente parece ser a falta de uma liderança no mínimo convincente ou, melhor ainda, leal para com a micronação que lidera.</p> <p>Enfim, parece emblemático que tantas nações, novas e tradicionais, simplesmente desapareçam. Quase sempre a desculpa é a de que os súditos ou cidadãos não mais se interessavam e que de repente, o “líder” havia ficado só. Mas oras, se o comandante de um exército teme perder uma batalha, como é que ele pode desejar vencer a guerra? Hipocrisia ou inconsequência, convenhamos.</p> <p>Fato é que uma Nação existe enquanto haja quem nela acredite e, nesse sentido, não há desculpa viável para um líder que deixa de acreditar no próprio projeto, que não o mantém a despeito das adversidades. Se um micronacionalista deseja facilidade, deveria ter ficado com o RPG ou jogando War. Micronacionalismo é algo muito além, ele opera na construção de um sentimento de microsociedade. Vejam por exemplo que, no macromundo, você em geral pertence ao país em que nasce, se trata de uma nacionalidade de nascimento, enquanto que no micromundo, essa nacionalidade é fruto de um desejo e de uma escolha totalmente soberana do súdito ou cidadão.</p> <p>Agora vejamos a questão do suposto “lider”: mais do que um súdito ou cidadão, ele é o primeiro elemento na cadeia formadora de uma micronação. De uma liderança confiável é que nasce um sentimento micronacional vivo e não apenas fruto de ocasião. Se o líder não acredita na Nação, então está tudo terminado, ele não tem direito a exigir lealdade de seus súditos ou compatriotas, não há mais o que fazer e, vale lembrar, ficar “só” não é desculpa suficiente para o abandono de um projeto.</p> <p>Tenacidade não é apenas uma palavra, é um sentimento. Fibra moral não se trata de algo que se come no café da manhã, mas de uma experiência cultivada dia a dia na alma de cada indivíduo. Se alguém que se dispôs a criar uma Nação simplesmente desistir dela durante uma dificuldade, então falta a esse pretenso “lider” tanto tenacidade, quanto fibra moral. O verdadeiro líder tem o DEVER de ser o mais fiel defensor e guardião da Nação, do contrário ele desonra de modo gritante sua coroa ou o madato que lhe foi confiado.</p> <p>Está só? Mantenha-se! Duvidam de sua capacidade? Pois destrua essa dúvida com trabalho. Reclame menos, faça mais. Espere pouco, crie muito. Nada de útil acontecerá apenas ao sabor dos ventos.  Um líder não fica choramingando pelos cantos, ele age, faz acontecer.</p> <p>Ter uma Coroa ou um mandato micronacional é absolutamente fácil, qualquer inepto é capaz disso, no entanto honrar tais elementos, aliás, tais valores, é apenas para aqueles que entendem suas nações não como algo passageiro, mas como algo que deve se sustentar e que, por isso, não será deixada só, ainda que todos o tenham deixado.</p> <p>Uma coisa parece absolutamente certa: se a lusofonia hoje experimenta a falência de tantos projetos é apenas e tão somente por que seus líderes deixaram de acreditar, deixaram de insistir, entregaram-se ao abandono, fugiram àquilo que fazia deles, de fato e de direito, líderes, ou seja: FÉ.</p> <p><strong>Labrus Peregrinus.</strong> <br /><em>Patriarca da Dinastia Peregrina</em></p> Labrus Peregrinushttp://www.blogger.com/profile/13330023304215315438noreply@blogger.com0