segunda-feira, 8 de junho de 2020

Ah se cada um soubesse como foi...

Esse texto é especialmente dedicado a cada novo micronacionalista, enfim, todo mundo que está neste fantástico hobby há menos de uns 5 anos, creio. Enfim, não entendam, por favor, como arrogância ou qualquer forma de intervenção em seus planos ou projetos. Desarmem seus corações e guardem um tempo para ler essa mensagem de um colega de vocês que ama esta prática.

Quando entrei no MN em 05 de Janeiro de 2002, ou seja, há mais de 18 anos atrás, não tinha a menor noção do que era e como funcionava o micronacionalismo. Vim, a partir do convite de um ex-colega de faculdade que havia entrado no Magno Império de  Hibérnia, micronação de cultura romana, sediada na Irlanda e hoje extinta.

Não existiam redes sociais, e as comunicações se davam, no mais das vezes, via Yahoo Grupos, mIRC e ICQ. Tudo era absolutamente intenso. As relações diplomáticas, pacíficas ou não, ferviam a lusofonia. Os projetos, cada um a seu modo, eram absolutamente criativos como, por exemplo, o Reino Teocentrista de Valquíria, de Ivan Mola, que chegou inclusive a criar uma religião micronacional que baseava seu projeto, o culto de Juve.

Porém, naquele tempo hoje tão distante, ou se sabia, ou se aprendia. Muito pouco vinha pronto, muito pouco vinha sugerido. Eu não tinha, por exemplo, a menor ideia de como era criar um WEB Site, o simples mundo do HTML era algo aterrador. Editar uma imagem ou criar brasões era coisa, verdadeiramente para designers. Lembro dos primeiros sites e brasões da Sicília, matriz do Reino da Itália, e quando lembro penso: "Meu Deus, que coisa bizarra!", mas, ao mesmo tempo penso "Que saudade imensa!".

Hoje, há tutoriais sobre alguns passos para criar uma micronação e não, não são as tábuas da lei que ali estão, são apenas sugestões. Quando penso, por exemplo, no Pacote Lusofonia e vejo que está pronto, com tutoriais escritos e até mesmo em vídeo, tudo pronto, bastando um pouco de boa vontade e curiosidade, imagino se existisse esse tipo de facilidade naquele tempo e me pergunto, até que ponto tais confortos foram bons e até que ponto eles lhes permitiram o ultraje da zona de conforto.

Sim, meu caro e respeitável jovem micronacionalista, eu tenho de lhe perguntar: quanto você está disposto à, literalmente, "ir atrás", a aprender, a buscar dados e quanto você apenas quer ser chamado de Rei disto e Imperador de aquilo lá? As possibilidades, hoje, deveriam ser imensas para a prática micronacional, mas vejo com tristeza que não existe a pró-atividade de anos atrás, onde o desafio era o combustível, onde a ignorância em algo era sanada pela pesquisa incessante, hoje é onde uma Nação deixa de existir.

Fico pensando em quanto ganhei, macronacionalmente, graças ao Micronacionalismo, graças às coisas que aprendi neste hobby porque precisava, como, por exemplo, uma coisa ou outra sobre tecnologia. Isso tudo valeu-me imensamente em minha vida macro, o hobby sempre foi um espaço de formação.

Se você se assusta, às vezes, com palavras mais ácidas, tenha em mente duas possibilidades:

1. O sujeito em questão não tem lá muito o que fazer da própria vida, então pensa em infernizar as outras, logo, ignore.

2. Ele passou por tudo que eu disse e sente-se profundamente irritado, hoje, ao ver que as estruturas tecnológicas são severamente melhores e que, no entanto, tantos simplesmente querem tudo, literalmente, de mão beijada e não se dispõem a buscar por si o conhecimento.

Vejam, meus caros jovens micronacionalistas, não é para que se curvem aos antigos - aliás, jamais o façam! -, não caiam na idolatria. O que lhes digo é, queiram aprender, tenham pró-atividade. Não esperem que sempre lhes digam o que fazer, pesquisem, há farto material. E se, algum antigo lhe sugerir algo, antes de sair esbravejando nas redes, pese se o que ele disse tinha como fundamento atacá-lo, ou ajudá-lo.

Lembre: quase sempre quem mais o adula, é o primeiro e lhe apunhalar.

Que vocês um dia percebam porque este hobby é tão fantástico, porque tantos, após tantos anos, não o deixaram, e que vocês saibam que nós, os antigos, não somos nem entidades e nem demônios, somos apenas, seus colegas micronacionalistas.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Liderar é inspirar!

      Um líder não bate-boca, não se expõe à barbárie e nem usa de seu tempo, de sua palavra, para ridicularizar quem quer que seja. Um líder, lidera. Nesse sentido, liderar está pari passu a inspirar, a elevar o espírito da cidadania a atos em prol da Nação que, até então, ela não julgava possível. O líder faz do impossível seu desafio.

      Dito isso, é preciso voltar à essa discussão no plano micronacional. Isso posto, é preciso destacar que, por vezes, e infelizmente repetidas vezes, chefes de Estado ou de Governo já se expuseram ao espaço do ridículo, já dedicaram tempo e verbo à ridicularização do outro, já compraram intempestivamente à provocações de toda ordem e, alguns, vexatoriamente, até mesmo já usaram de baixo calão e de linguagem indigna à posição que ocupavam. É preciso parar.

      Não é possível inspirar quem quer que seja, especialmente a uma Nação, com a baixeza, exceto, claro, se esta não for mais do que uma torpe camarilha, mas aí já não atenderíamos mais ao objeto desta publicação, o micronacionalismo. Assim, é preciso colocar sob a luz da crítica aqueles que não lideram, mas chefiam, tal qual a uma quadrilha.

     O micronacionalismo, infelizmente, já foi palco de toda infelicidade de selvageria, verdadeiros silvícolas a rogarem para si o direito a Coroas ou cadeiras presidenciais sem que, em algum momento, as honrassem. Como pode, afinal, alguém liderar a um país se não é capaz de liderar às suas próprias paixões?

     Uma vez Rei, Imperador ou Presidente, perde-se o direito ao comum, ao trivial. Uma vez em qualquer destas funções, o indivíduo não se vê mais como aquele que deve ser servido - aliás, erro comum - mas como aquele cuja função de vida torna-se servir. Claro que não se trata de se colocar em subserviência, afinal, humildade inspira, enquanto que a prostração, expira. Deus serve aos homens sem jamais ser servo dos homens. Assim, o líder serve à nação, sem desta ser servo, pois a ela deve inspirar.

     Dessa forma, e ainda que de modo talvez espontâneo demais ao ponto da desarticulação, atrevo-me a provocar no sentido de que, no micronacionalismo lusófono, a inspiração à cidadania anda em baixa, e penso que seja porque a hipótese da liderança foi solapada, em muitos casos, pela realidade da torpe tirania. Se humilhar, ridicularizar ou execrar é, para você, fonte de inspiração, então sinto informar que você lançou-se às teias nefastas da selvageria.

     Ninguém pode ser Rei porque achou que merecia sê-lo - no mais das vezes, o título é um fardo -, da mesma forma que ninguém é presidente porque o povo o viu como a suprema panaceia. Se está investido de alguma dessas autoridades tem consigo um peso enorme a carregar, o da esperança, e esta não se fará real, e nem satisfará aos seus enquanto o objetivo seu, for apenas o poder ou o espírito auto laudatório.

     Liderar não é um prêmio, não é o espaço para oprimir e nem, tampouco, é a chancela de que você está sempre certo. Liderar é um peso a ser carregado pelo amor à Nação e àqueles que, de você, esperam direção, e não lacração.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

De todas as funções micronacionais, a mais solitária

No micronacionalismo, se levada com dignidade e seriedade, poucas funções são mais solitárias que as de uma Coroa. Mesmo no universo micronacional, os deveres da Majestade são muito menos glamourosos e muito mais introspectivos. É um exercício de profunda entrega a algo maior, a Nação.

Aliás, creio que, pelo menos em um aspecto, no micro a Coroa pesa mais que no macro, pois aqui não temos nem mesmo os jantares, a pompa e a circunstância. Não temos as viagens, e as traições, essas, tornam-se muito mais simples, muito mais frequentes pois o que os olhos não veem o coração não sente, diz o ditado.

No micronacionalismo a Coroa tem o dever de manter uma Nação e a lealdade de seus súditos esquivando-se, quase desesperadoramente, dos conchavos intermicronacionais - que são muitos e degraçadamente intermináveis -, das intrigas palacianas, dos riscos de se ver só sobre uma montanha alta e solitária de sonhos, de expectativas sobre uma comunidade.

A Coroa pesa, e quem a usa e não entende o sentido disso é apenas um usurpador, uma criatura sem valor, verdadeira degeneração da honra que a Majestade deve inspirar. É, apenas, um medíocre caçador de títulos, alguém em busca de salvar a si da própria mediocridade às custas de uma ovação vazia, sem sentido, sem função.

A Majestade é coberta de títulos, de pronomes e de brasões ao tempo que, também, é inundada de um exercício constante e incansável de profunda abnegação. A Coroa realiza o que é preciso, muito mais do que aquilo que deseja, ela diz muito mais o que o dever exige do que aquilo que sua alma grita, a Coroa é um monastério interior (redundância?).

O trono é um pedaço de sonho duramente entalhado sobre o qual se assenta um sonhador, é o campo da ação, o espaço de uma oração interminável de que, ao final, tudo terá valido à pena.

Por fim, meus caros, e talvez de modo bastante desarticulado, a Coroa é um somatório de expectativas, verdadeira pilha de deveres da qual a cabeça por ela ornada não pode fugir, pois o dever é sua espinha, seu coração, sua alma.

A Coroa pesa muito mais pela responsabilidade que sente sobre os que Reina, pela fé que encerra em si em uma ideia, a de que apesar da solidão do ofício, o resultado hipoteticamente vindouro vale à pena.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina

sábado, 23 de março de 2019

Um Rei deve ser o primeiro a servir, não a ser servido

Quando Roma nasceu, por volta do século VIII a.C, ela não era nem sombra do Império intercontinental que se tornaria no seu auge, no século II d.C, englobando áreas da Europa, África e Ásia. Em seu começo, a poderosa cidade nada mais era que um vilarejo de agricultores na região do Lácio, na Península Itálica, às margens do Rio Tibre. Mais do que liderar ou controlar, Roma foi, antes, controlada pelos Etruscos por mais de dois séculos.

Talvez esse caminho percorrido pela civilização romana possa ensinar algumas lições no campo da liderança micronacional, especialmente considerando a volatilidade com que projetos são criados e líderes são autoproclamados.

Como liderar sem inspirar? Como conduzir sem ter conhecimento real do caminho? Como representar o poder sem que se entenda a real dimensão de sua responsabilidade? Claro, as respostas possíveis a estas perguntas podem ser várias, dependendo do interlocutor e da motivação do mesmo. Porém, se mesmo Roma começou pequena, simples e sendo conduzida, como acreditar realmente que se pode conduzir alguém ou a algum projeto sem qualquer conhecimento anterior?

Confesso que sou no mínimo reticente quanto a lideranças micronacionais que já surgiram neste hobby como reis disso ou príncipes daquilo. Não me parece confiável uma liderança que não entenda realmente o que é ser liderado, ou como dizem, como é "estar do outro lado do balcão". Como eu poderia ter alguma dimensão minimamente plausível do que um cidadão ou súdito precisa se jamais estivesse estado na posição deles?

Veja, caro leitor, o argumento é simples, porém não é desprezível. Observando a história do micronacionalismo, os líderes mais tradicionais já foram súditos ou cidadãos ou mesmo turistas de outras micronações, já estiveram sob autoridade, antes de personificarem alguma autoridade. E mesmo quando alçaram ao poder soberano, os que o fizeram com solidez, só o conseguiram com apoio de outros indivíduos que acreditaram naquela liderança e no que ela significava em relação ao projeto que abraçavam.

Há pouca liderança onde não há o tempo do crescimento. Não há inspiração em quem só conhece, de fato, uma única posição e visão de mundo, um único lado no jogo do poder. No plano micronacional, pular etapas de conhecimento e desenvolvimento é um erro crasso para quem pretende liderar, conduzir e inspirar.

Que direito tem um Rei, à Majestade, ou um Presidente, à Excelência, se não foi capaz de se colocar humildemente sob a liderança de outro, sob a inspiração de uma história?

É hora de entender que a liderança, a autoridade, a majestade e a excelência não são coisas que podemos exigir de quem quer que seja, são qualidades que só o tempo e a humildade do aprendizado nos permite envergar, são bens mais valiosos e pesados do qualquer coroa.

Como disse Virgílio, "Roma non uno dies aedificata est" (Roma não foi edificada em um dia).

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina
Imagem relacionada

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Os caçadores de títulos no leilão da lealdade

Lembro de um filme chamado "Caçadores de Obras Primas", pois no micronacionalismo, se poderíamos criar um seria o "Caçadores de Títulos". Ao longo de mais e 16 anos neste fantástico hobbie, não me supreendo mais ao ver um autêntico "leilão da lealdade" promovido por muitos micronacionalistas e, pasmem, até por líderes micronacionais.

Contudo, a situação mais grave é, sem sombra de dúvidas, o leilão de coroas, ou seja, a forma como alguns micronacionalistas agem,buscando, ainda que pela porta dos fundos, conseguir o título de rei disso ou daquilo. Contudo, vale perguntar: suas coroas sobrevivem ao ímpeto de sua megalomania?

Reparem que na ampla maioria dos casos - e sim, isso pode ser afirmado - micromonarquias que são oriundas desse tipo de micromonarca são, em geral, instáveis e essencialmente efêmeras. Mal passam um ou dois anos, algumas nem sequer um ou dois meses. Mas convenhamos, como poderiam sobreviver? O modelo micromonárquico exige a solidez do monarca, e a confiança sobre a Coroa que ele ostenta. É improvável que algum súdito leve realmente à sério um trono que se fez à base de conchavos, ou de megalomania.

Pensando um pouco em Aristóteles, uma qualidade da monarquia é a Honra, mas que honra existe em uma Coroa advinda de alguma maquinação palaciana? Que honra podemos observar em um rei de ocasião, que nem sequer tentou, de fato e por meses, dedicar-se à causa de um país? Como pode haver honra em uma Coroa cujo laureado muda de micronação como um chimpanzé muda de galho em uma árvore?

Enfim, são coroas de papel aquelas que se constituíram nesse leilão de lealdades, ou que são reflexo de megalomania expansionista que nada faz, senão aplacar, talvez, um profundo problema de autoestima, talvez ultrajada macronacionalmente e que, no micro, busca sua redenção. Sim, é cruel, mas dessa forma não há como uma micronação prosperar anos a fio.

É preciso e urgente um exame de consciência sobre o quão necessário é que uma Coroa lhe recaia sobre a cabeça. Afinal, espera ser chamado Majestade por algum tipo de prazer narcisista ou entende, de fato, que mesmo no micronacionalismo coroas pesam e, no mais das vezes, cobram um alto preço de seus detentores, que quer queiram, quer não, perdem boa parte da liberdade de expressão em razão do cargo que ocupam?

Não é mais possível chancelar ou dar crédito a micromonarcas de ocasião, que transformam uma coroa micronacional em verdadeiro produto de feira, tirando dela não só a dignidade mas, sobretudo, a responsabilidade. O micronacionalismo não pode mais coadunar ou mostrar qualquer simpatia a tal fato que, não raro, depõe contra toda a essência da prática micronacional.

É bem verdade que uma das belezas deste hobbie é poder escolher sua pátria, porém isso não significa dar chancela a rifá-la como se fosse um quilo de bananas em uma feira. Que fique claro: a autoridade e a dignidade de uma Coroa não são negociáveis e nem sequer hereditárias, elas são conquistadas com o árduo trabalho que algumas cabeças douradas nem sequer sonham ou mesmo que jamais suportariam.

É preciso que esse leilão acabe, e para que ele tenha fim é urgente que qualquer micronacionalista, com um mínimo de amor por este hobbie, não estimule tal prática, que não mantenha um cidadão às custas de comprá-lo com um título, e que não dê crédito a uma nação cuja coroa não sustenta sequer o seu próprio peso.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Casa Peregrina

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Um post dedicado aos novos micronacionalistas da lusofonia

Quando minha geração de micronacionalistas passou a fazer parte deste fantástico hobbie, não tínhamos às nossas mãos as redes sociais, aliás, nem sequer o YouTube tínhamos. Nossos sites, se não pagos, eram hospedados em serviços que, hoje, nem mais existem como CJB.NET, HPG, Geocities e outros. Ainda usávamos chats ancorados no sistema mIRC e a maior parte de nossas comunicações ainda eram realizadas em listas de e-mail, especialmente do Yahoo Grupos. Muita coisa mudou de lá para cá.

Entretanto, ainda que como qualquer novato, quando entramos, nos sentíamos sim de algum modo perdidos, sinto que tínhamos, pelo menos, o ímpeto de aprender. Aliás, essa foi sempre uma das belezas do hobbie: o processo de descoberta e a postura quase autodidata do micronacionalista. Aprendíamos a fazer websites, a mexer em códigos PHP, ASP e HTML, quase sempre, na tentativa e erro.  Eram tempos verdadeiramente diferentes.

Contudo, sempre existiram aqueles "aventureiros" que tentavam criar o "Reino Disso", "Reino Daquilo" e a "República de Acolá", projetos que, não raro, já nasciam mortos, pois não traziam nada de novo e não tinham substância que os definisse senão o erro de julgamento de quem entendia o micronacionalismo, unicamente, como uma chance de ser Rei.

Isso posto, jovem micronacionalista, imagino que às vezes se sinta acoado com a antipatia ou mesmo ojeriza de tantos antigos contra projetos novos. Às vezes, é verdade, pode ser um pouco do mau humor da idade mas, na maior parte dos casos é a indignação daqueles que amam o hobbie já há mais de década e que não querem que tal prática se perca.

Assim, se você é novo na prática micronacional, dê uma chance ao hobbie e a você. Resista a tentação de criar, de cara, uma nova Nação - eu sei que você pode criticar tal postura destacando que muitos que hoje são tradicionais, chegaram e já fundaram suas nações, porém lhe digo: eram tempos profundamente diferentes, profundamente.

Por que esse afã de ser Rei, logo de entrada? Por que essa caça desenfreada e, desculpe, até narcisista por títulos ou por integrar esta ou aquela família? A maior parte dos grandes micronacionalistas que conheço não são Reis e nem pertencem, necessariamente, a esta ou aquela família. São homens e mulheres que se notabilizaram pela originalidade do que ofereceram ao hobbie.

Enfim, não levem à mal esse conselho mas, sério: não fundem novas micronações, unam-se a alguma já consolidada - e nem venha com aquele papo de que nenhuma lhe agrada, pois certamente em alguma você pode encontrar o seu espaço para crescer, brilhar e deixar uma marca verdadeiramente indelével na tradição lusófona. Não precisamos de novas micronações, mas precisamos urgentemente de novos, criativos e, sobretudo, autônomos micronacionalistas. Precisamos de pessoas que não esperem tudo pronto, mas que busquem aprender, crescer e fazer crescer.

Repito: não precisamos de novas micronações, precisamos de novos micronacionalistas. A própria continuidade do hobbie depende disso, logo, abandone o impulso e até a arrogância de sempre querer ser o rei, presidente, imperador, etc e seja alguém a somar. O prazer do micronacionalismo não é o "Eu" sozinho mas, antes, é o espírito de comunidade e de pertencimento sincero a um projeto maior que você.

att

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Um breve histórico sobre o modelo italiano de economia micronacional

Anos atrás, o Reino da Itália buscou conhecer os elementos fundamentais da economia micronacional, o que o fizemos através da proposta de um banco comum, do ex-monarca Pathrano, Ninus III Logos-Pellegrini, e depois do Weltbank, de Sua Majestade o kaiser alemão. Entretanto, apesar do brilhantismo de ambos os sistemas, a Itália micronacional precisava de algo que se adaptasse ao seu modelo de Portal Único, que integra todas as comunicações da nação.

Quase na mesma época, utilizando um componente do CMS Joomla, ainda na versão 1.5, criamos a Real Ordem Italiana da Atividade Micronacional, a primeira honraria concedida totalmente por um sistema com base em critérios matemáticos e sem qualquer chance de intervenção humana. Foi um salto bastante significativo, pois utilizava um sistema de pontos em acordo com a atividade de cada italiano ou mesmo de cada estrangeiro.

Um dia, numa conversa com o kaiser, sobre a questão da microeconomia, este questionou se não havia alguma coisa próxima no sistema Joomla e, com licença aos colegas franceses: "voilà!". Surgiu a ideia de alterar códigos no componente da Real Ordem da Atividade para adaptá-lo à realidade de um banco micronacional com todas as funções realmente necessárias. Algumas madrugadas em claro e nasceu o Sistema RBI 1.0.

A ideia era simples: utilizar a total harmonização do componente com as funções mais centrais no portal italiano. Todos os sistema utilizavam uma ideia de injeção de capital, a partir da formação de uma espécie de tesouro nacional, porém na Itália a pergunta foi: qual o maior tesouro de uma micronação? A resposta foi quase que imediata: sua atividade.

Foi nesse sentido que, pela primeira vez na história da lusofonia, transformamos a atividade de nossos cidadãos e visitantes, em tempo real, em nosso verdadeiro tesouro, num sistema de PIB verdadeiramente oscilante, vivo, sem precisar de regulações externas. Nossa riqueza seria nossa atividade e a inatividade, nossa pobreza. Nada nos pareceu mais adequado, mais justo e mais confiável dentro do que entendemos como riqueza micronacional.

Assim, no Reino da Itália, o atual Sistema RBI, já na sua versão 2.0, trabalha em total harmonia com o Portal Nacional transformando a atividade de nossos cidadãos e estrangeiros em riqueza, real, sustentável e viva. Cada post, obedecendo a um conjunto mínimo de caracteres é pontuado, assim como a exclusão e as respostas sendo que SPAM's são coibidos. O login no portal, e publicações da ARIN recebem pontuação automática, e o IROF funciona como um imposto sobre movimentação financeira, automático, que cobra 10% sobre qualquer operação de pagamento/transferência de quem paga e de quem recebe enviando o tributo diretamente e automaticamente à conta da Regia Banca d'Italia (RBI).

Para além disso, diversas funções do Portal podem ser limitadas à quem detém um certo valor no RBI, estimulando a atividade dos novos para que possam requisitar, igualmente, novos serviços, como brasões de nossa Regia Araldica.

Tudo no Sistema Italiano é integrado. Não há login externo ou a necessidade de várias senhas por usuário. Tudo é simples, funcional, limpo, a um clique de distância. Para além disso, aliás, a ideia tem total compatibilidade com o aplicativo Tapatalk, ou seja, posts criados, respondidos, excluídos ou agradecidos através dele, também são contabilizados pelo RBI de modo automático. Nada é complicado, nada é burocrático.

Este é o modelo italiano de economia já exportado com 100% de know-how a outras grandes nações. Não se trata apenas de um software, mas de um modelo completo, de um sistema micronacional entre tantos na lusofonia. A ideia: independência, soberania total e a possibilidade real da atividade como a grande e verdadeira riqueza de uma micronação.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina