quarta-feira, 12 de julho de 2017

Arrogância, conspirações e uma pitada de estupidez: a receita do desastre!

A arrogância provocou a crise do micronacionalismo. As conspirações palacianas, provocaram a crise do micronacionalismo. Não nego o peso da nova geração de internautas bem como das diferentes distrações no meio digital, contudo parece-me essencialmente claro: arrogância extrema e conspirações arruinaram a prática micronacional e há aqueles suficientemente arrogantes a ponto de negarem tal situação.

Quantas nações verdadeiramente sobrevivem? Talvez três, ou quatro no cenário mais animador. A maioria segue verdadeiramente minerando quase que à base de bateias alguma atividade. Porém ainda assim somos cegos demais para reconhecer a culpa de uma geração de micronacionalistas, da minha geração, cega na arrogância imperialista de alguns proto-conquistadores, leões de chácara de uma megalomania doentia, verdadeiramente patológica, que os leva a conspirar tramando toda sorte de indignidades.

Mas tudo bem, passado o momento do óbvio, vamos ao momento do necessário. 

Dito isso, não há como, em sã consciência, negar que se existe alguma chama de renovação na prática micronacional, se existe alguma salvação para este tão interessante hobbie, ela não virá dos antigos, mas dos novos ou, pelo menos, de alguma capacidade, ainda que rara, dos primeiros em acolher - e não engolir - os segundos. Se trata de possibilitar toda sorte de compartilhamento sincero de know-how tecnológico e político dando aos novos micronacionalistas alguma coisa que de útil tenhamos nós, dinossauros, aprendido.

Quem de fato ama esta atividade, quem verdadeiramente pratica micronacionalismo e o entende enquanto uma complexa microsociedade, deve estar disposto a largar mão de devaneios bonapartistas, de tentações por solapar este ou aquele país. Quem ama este hobbie precisa entender que jamais, em tempo algum, foi tão necessário transferir conhecimento e fazê-lo ecoar. E não se trata de fazer isso pelo próprio país, algo tão errático e egoísta, mas pelo micronacionalismo como um todo, recebendo aos novos projetos e assistindo-os no que precisarem.

Volto a insistir que a arrogância e o conspiracionismo já há tempos estão devorando qualquer chance de sobrevivência desta prática e não reconhecer isso é, simplesmente, reconhecer o terceiro e mais óbvio de todos os erros: a estupidez.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina