domingo, 19 de fevereiro de 2017

Quantas vezes você já ouviu a expressão "crise da lusofonia"?

Talvez poucas frases tenham ocupado a mente dos micronacionalistas nos últimos anos como a que diz "crise da lusofonia". Enfim, quantas vezes você já leu isso, inclusive contando com as vezes em que aqui escrevi?

Bem, seja como for, é fato que os mares já foram muito mais simpáticos à prática micronacional. Alguns elementos podem ser elencados. Já falaram de tudo, desde a democratização do acesso à Internet, que teria empobrecido a qualidade intelectual do meio (balela!), até a simples falta de interesse das novas gerações, vidradas em redes sociais e games online.

É fato, contudo, que o micronacionalismo, tão orgulhoso de si, parece ter deixado que tal orgulho o cegasse de forma a não perceber o quão vital era ter paciência e disposição para formar novos quadros. Pense comigo: quantas vezes você viu um jovem interessado neste hobbie ser publicamente ofendido, humilhado? Pois é, não reclamem então da atual apatia em que se encontra o mundico. Somos profundamente culpados por nossa arrogância.

Outro ponto é o descuido das jovens nações em não criar um núcleo duro de cidadãos leais pelo projeto e não por títulos. Não há como vingar um bom projeto sem pessoas que, ao primeiro chamado do país, não estejam dispostos a voltar. Isso separa, e muito, as nações que há anos ainda permanecem daquelas que caíram com um, dois ou três meses de vida. Menos ânsia por títulos e mais lealdade a ideia, caríssimos, mais lealdade.

Enfim, meus caros e alquebrados colegas de hobbie, já chega de nos comportarmos como profetas do apocalipse falando desta ou daquela crise. O mundo mudou e o micromundo também. A Internet já não é a mesma como, possivelmente, suas roupas também não são as de dez anos atrás, então chega de resmungar como velhos fracassados e decrépitos, sim? Levantemos a cabeça e façamos nossas nações vivas, criativas, combativas e diplomáticas.

Entoar a frase "crise da lusofonia" como se fosse um mantra não nos trará nada além do fim, então levantem-se, a tradição de um hobbie depende de nossa capacidade de reinvenção, e não só, de nossa capacidade de olhar para frente.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina


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