segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Quando Tenaz era mais do que marca de cola…

Quantas micronações ainda cintilam pelo conturbado céu micronacional lusófono? Bem, essa não é tanto uma questão quanto é uma observação que, acredito, todos entendem bem. Foram-se os anos de efervescência micronacional como nos idos de 2000 - 2004, hoje o cenário é diferente. De certa forma ruim, de outra forma desafiador.

Mas é fato que nesse tempo muitas Nações surgiram, muitas mesmo e poucas, muito poucas se estabeleceram e permaneceram, que o diga a ampla lista de micronações extintas. Quantas Nações foram anunciadas com toda pompa e circunstância e, não raro, acabaram antes sequer de completarem seu primeiro bimestre? É quase como aquele aluno que já nas primeiras provas fica devendo pontos para os períodos vindouros.

Isso posto, me deixa uma nova pergunta (Já foram duas até aqui!): como pode o número de nações vivas ser tão menor do que o de nações criadas? Bem, uma primeira hipótese óbvia seria inexperiência, porém lembremos que muitos líderes e fundadores de nações tradicionais, quando as criaram, eram tão inexperientes quanto. Então o que mais?

Tenacidade! Sim, pois dar um passo inicial pode ser muito mais fácil do que seguir caminhando. O primero passo requer impulso, os próximos exigem mais, muito mais. Seguir requer que tenhamos certeza de que aquilo a que nos propusemos possui, de fato, uma razão sólida e de que nossa ideia é, afinal, factível e o principal: que exista quem se disponha a estar, a acreditar conosco.

Fundar uma Nação, no micronacionalismo, é relativamente simples: faça um site, crie uma constituição, coloque alguns símbolos e diga que ela existe.

Mas não, está longe de ser apenas isso. Como hobbie o micronacionalismo requer um tempo regular de dedicação e disciplina para conduzí-lo de modo sustentável. Claro, nem disciplina demais, de modo a tornar chata a prática, e nem de menos, de modo a reduzí-la a um jogo qualquer.

Enfim, pessoalmente, como micronacionalista há mais de 13 anos anos, o que mais sinto falta é daquela tenacidade, daquele brilho próprio de projetos que vieram para ficar. Sinto falta do tempo em que quando reconhecía-se uma Nação era porque, no fim das contas, ela estaria ali, firme, ativa e seguindo, de que não desapareceria ao primeiro conflito, na primeira crise de atividade ou coisa que o valha, de que haveria sempre alguém a encabeçá-la.

Sim, eu realmente sinto falta de quando, no micronacionalismo, a palavra "Tenaz" não era apenas uma marca de cola no material escolar.

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina

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