terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quando gentileza era um valor…

Gentileza, gera gentileza, diz o ditado. Tempos atrás, quando em visita ao Rio de Janeiro, me dei conta desta mensagem ao ver a obra do famoso, e já falecido, “Gentileza”, um senhor que criou, em alguns viadutos da cidade maravilhosa, uma arte bastante peculiar. Quando penso sobre a frase com a qual iniciei este texto, é difícil não lembrar do quão distantes estamos, da real gentileza, no micronacionalismo lusófono.

É claro que o embate é salutar na prática micronacional, aliás diria que ele é vital. Porém, não raro, aliás, parece ser regra, há uma confusão entre combatividade e grosseria. É possível ser positivamente combativo sem abandonar a educação e os bons modos para com o interlocutor. A argumentação racional tem sido solapada, no mais das vezes, pelo esculacho verborrágico.

O micronacionalismo lusófono é, exatamente, aquilo sobre que ele se construiu e qualquer tentativa em negar isso seria hipocrisia ou a mais completa alienação. Sim, nós temos errado e feio na prática micronacional. Perdemos o valor do bom debate, do duelo intelectual, em favor de falso academicismo ou mesmo da mais risível pornochanchada.

Perdemos tempo demais discutindo o “sexo dos anjos” e gastamos tempo de manos – ou mesmo, nenhum – trabalhando para recuperar o antigo brilho micronacional lusófono. Micromonarquias atacam microrrepublicas descaracterizando-as como nações sérias. Microrrepúblicas atacam micromonarquias acusando-as de pomposas, oligárquicas e autoritárias. E o mais tragicômico disso? R: Há micromonarquias que simplesmente nem mesmo se levam à sério, e há repúblicas que são mais oligárquicas do que as mais fechadas monarquias. Ou seja, apenas o velho e conhecido “papo furado”.

Sim, caro leitor, se gastássemos nós, micronacionalistas lusófonos, mais tempo agindo com respeito mútuo e racionalidade, colocando a prática micronacional em uma discussão madura, estaríamos a realizar obras que, não tenho dúvidas, trariam brilho a esta atividade que, um dia, foi realmente um centro nervoso para a formação de ideias que, inclusive, bem poderiam ser aplicadas ao macromundo.

A lusofonia tem perdido uma batalha contra si e se o faz é por que simplesmente parece ter perdido o bom traquejo social. Perdeu as rédeas sobre o próprio destino pois abandonou a gentileza, o valor da boa educação, da argumentação racional e limpa em favor do que há de pior. Micromonarquias ou Microrrepúblicas, o fato é que precisamos restaurar nossa antiga nobreza, não nobiliarquia, mas nobreza no sentido mais alto da palavra, a nobreza que existe naquele que tolera, naquele que respeita, naquele que pensa e só após, age.

Gentileza, lusofonia…gentileza….

Labrus Peregrinus
Patriarca da Dinastia Peregrina

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